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Da seleção à Série C, Renan não vê motivo para vergonha e planeja redenção

Renan em 2010, após ser convocado para a seleção brasileira - Ricardo Duarte/Agência RBS
Renan em 2010, após ser convocado para a seleção brasileira Imagem: Ricardo Duarte/Agência RBS

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

23/04/2013 06h00

Com apenas 22 anos, o goleiro Renan Soares Reuters é um dos exemplos marcantes da instabilidade e mudanças repentinas que ocorrem no futebol em curto prazo. Com apenas quatro anos como profissional, coleciona experiências das mais variadas.

Foi destaque do Avaí em 2009 na Copa São Paulo de futebol júnior, competição considerada como maior celeiro de talentos nacionais. Foi protagonista de uma equipe que foi desclassificada pelo futuro campeão Corinthians, nas semifinais, e terminou na terceira colocação, melhor do clube catarinense na história do torneio.

Estrearia pelo profissional no mesmo ano, com 19 anos. Com apenas 14 partidas oficiais, foi convocado para a seleção brasileira pelo técnico Mano Menezes. Recorde entre jogadores brasileiros até chegar ao time principal.

Um ano depois, despertou a cobiça de grandes clubes por suas atuações e acabou sendo contratado pelo Corinthians para assumir a posição de titular de Julio Cesar, que vinha sendo contestado. Atuou algumas partidas abaixo do que vinha rendendo e perdeu espaço no elenco.

No ano seguinte, em 2012, acabou sendo emprestado para Vitória-BA e Estoril-POR, tendo rápidas participações e também convivendo com a reserva. Foi da chance de disputar os Jogos Olímpicos de 2012 até a rotina de ter que procurar novos clubes por não ser utilizado no Corinthians.

“Sempre deixei bem claro que o meu objetivo era disputar as Olimpíadas, mas são coisas da vida. Respeito a opção do treinador na época. Ele levou quem estava melhor. Deus sabe o que faz, foi tudo mesmo muito rápido. Mas eu estava preparado. Acabou acontecendo, estava preparado, mas às vezes as coisas não acontecem como a gente quer”, falou.

Tem contrato até 2016 com o clube do Parque São Jorge. Este ano, foi emprestado para o Guarani e acabou rebaixado para a Série A2 do Paulista. Seu contrato vence em meados de maio, mas quer renovar para a disputa da Série C.

RENAN EM CHEGADA AO CORINTHIANS

  • Goleiro teve algumas chances em 2011, mas não foi bem

O goleiro vê uma boa chance para recomeçar e não vê algo negativo ou vergonhoso em disputar a competição. Fala que só trabalhando poderá ter uma reviravolta. “Não, claro que não. O  Guarani um grande clube, e é nessas horas que você o verdadeiro profissional, o verdadeiro caráter. Estou aqui para ajudar o Guarani a sair dessa situação. Já demonstrei meu interesse em permanecer para o presidente do clube.”

Renan demonstra maturidade ao falar das reviravoltas e afirma que só com trabalho e foco poderá reconquistar grandes oportunidades como as que já teve. Diz não se arrepender por ter feito suas escolhas. “Só com o trabalho no dia a dia é que [coisas boas] vão chegar. Fiquei na Europa e não joguei. É tudo aprendizado, experiência. As coisas acontecem naturalmente. Almejo voltar à seleção. Buscamos isso a cada dia e com pés no chão para poder ter uma carreira brilhante”, falou.

“As coisas aconteceram muito rápido. Quando se tem proposta de um time como o Corinthians, não tinha como pensar duas vezes. Não me arrependo de nada. Claro que penso que poderia fazer isso, aquilo. Mas de uma forma natural. Não me arrependo de nada porque meu objetivo é vencer na vida. E com humildade”, continuou.

Renan afirma que pretende justificar sua contratação no Corinthians e que trabalhará duro para um dia ter novas chances. E não reclama de injustiça ou falta de oportunidades. Pelo contrário. Diz que Tite é um grande profissional e só boas atuações podem fazê-lo voltar ao clube do Parque São Jorge.

“Acredito que o trabalho é tudo. Trabalhando as coisas acontecem naturalmente. Não tive uma passagem tão boa, mas  quero voltar. Respeito a opção das pessoas. Todo mundo pretende voltar pro Corinthians. O Tite é um excelente profissional e um cara de caráter. Almejo voltar para fazer história. E se isso vai ou não acontecer é só o meu trabalho que vai mostrar. Tenho que matar um leão por dia. Às vezes as coisas não dão certo porque não é o momento.”