Árbitro relata xingamentos e arremesso de cadeira em jogo do Paulista A2

Foi quente o empate por 0 a 0 entre Grêmio Catanduvense e Comercial, na noite da última quarta-feira, pela Série A2 do Campeonato Paulista. Ao final do jogo, o supervisor do time de Catanduva, Carlinhos Oliveira, teria chamado o árbitro Philippe Lombard de "safado", conforme relatado na súmula.

"O Sr. Carlos Silva de Oliveira se dirigiu ao delegado da partida, ao término da partida, Sr. Arthur Alves Jr., proferindo as seguintes palavras: 'Vocês estavam arrumados, vocês vieram premeditados. O Coronel Marinho veio para dar segurança para a arbitragem'. Após o citado, Sr. Carlos, se dirigiu ao túnel de acesso do vestiário da arbitragem e disse aos árbitros: 'Vocês estão arrumados, são safados'", escreveu.

O árbitro também afirmou que atletas do Catanduvense atiraram copos d'água e até uma cadeira no túnel dos vestiários do Comercial ao final do jogo: "Ao término da partida, os atletas da equipe do Catanduvense lançaram copos d'água, garrafas d'água e uma cadeira no túnel de acesso ao vestiário do Comercial".

Em entrevista ao UOL Esporte, no entanto, Carlinhos Oliveira negou tudo o que está escrito na súmula. O dirigente reclamou muito da atuação da arbitragem e disse que "nem cadeira existe" no estádio Sílvio Salles, em Catanduva, para ser arremessada.

"Primeiro de tudo, não invadi o campo, como estão dizendo por aí. O árbitro amarrou demais o jogo, segurou demais, inverteu faltas... Ele veio para amarrar, dar faltinha, e conseguiu fazer o resultado para o Comercial", reclamou Oliveira.

"Também não houve briga nenhuma, não houve arremesso de copo, cadeira... Não tem nem cadeira no campo pra arremessar! O árbitro não viu nada, estava no meio do campo com a polícia. Não teve briga nenhuma e ninguém agrediu ninguém", completou.

Com o empate, o acesso do Catanduvense ao Paulistão ficou complicado. Na rodada final do quadrangular, o time do interior vai precisar vencer a Portuguesa e ainda contar com um tropeço do Comercial contra o Capivariano. Tudo isso, contudo, se deve a erros de arbitragem, segundo o cartola.

"A arbitragem também já foi tendenciosa no jogo de ida contra o Comercial, não deu um pênalti claro para nós. Contra a Portuguesa também tivemos um pênalti claro, mas o árbitro deu falta fora da área", criticou.

"A gente fica triste, pois trabalha muito, sabe das dificuldades que passamos, vemos que nosso time é superior, mas a arbitragem é tendenciosa. Temos que moralizar o futebol, porque hoje a gente vê coisas que dão nojo", finalizou.

Phillippe Lombard esteve envolvido em outras polêmicas ainda neste ano. Na partida entre União Barbarense e Botafogo-SP, ainda em fevereiro, pelo Paulistão, o atacante Nunes soltou o verbo contra o juiz ao final do 1 a 1: "Está ficando claro que é tudo armação. É sempre a mesma coisa, assim fica difícil é tudo armado contra nós", disparou, à "Rádio Brasil".

As declarações do árbitro na súmula, no entanto, devem levar o Catanduvense a julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol, e a equipe pode ser punida com a perda de mandos de campo. Vale lembrar que o Coronel Marinho, presidente da Comissão de Arbitragem da entidade, acompanhou a partida no estádio.

O Catanduvense encerra sua participação na Série A2 do Paulistão neste domingo, contra a Lusa, no Canindé. A partida está marcada para 10h (horário de Brasília).