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Penhoras do Fluminense chegam a R$ 14 mi e aumentarão R$ 3 mi a cada mês

Peter Siemsen, presidente do Fluminense, tenta equacionar problemas das penhoras - Dhavid Normando/Photocamera
Peter Siemsen, presidente do Fluminense, tenta equacionar problemas das penhoras Imagem: Dhavid Normando/Photocamera

Renan Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/04/2013 06h02

O Fluminense continua exercitando a criatividade para conseguir honrar seus compromissos em 2013. As penhoras da PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) sobre as cotas de direitos de transmissão da TV Globo subiram para R$ 14 milhões no último mês. Sem uma decisão judicial favorável para limitar as execuções, o valor subirá R$ 3 milhões a cada mês que se passa. O débito é referente ao não recolhimento de impostos de renda retido na fonte e previdência entre 2007 e 2010.

A alternativa, além de enxugar os gasto do clube, tem sido recorrer aos empréstimos de curto prazo com instituições bancárias e parceiros. Mesmo assim, o salário dos funcionários e parte dos jogadores chegou a atrasar em fevereiro. São 52 ações correndo em varas de execução penais diferentes no valor de R$ 31 milhões. A dívida total do clube é de cerca de R$ 415 milhões.

Em dezembro de 2012, a desembargadora Salete Maccalóz determinou a centralização das execuções na 9ª Vara, em parcelas menores, de R$ 1,127 milhão mensal. A medida, porém, acabou não tendo o efeito desejado por conta de uma decisão judicial desfavorável.

"É uma luta diária, pois afeta o fluxo de caixa. Uma verba que antes era previsível acaba sendo penhorada, e não podemos deixar de pagar os impostos. Tivemos a decisão favorável da desembargadora Salete, mas a 2ª Vara, que tinha maior peso nas execuções, com os valores maiores, não reconheceu a decisão. A juíza decidiu que não centralizaria os débitos na 9ª e agora continuamos na busca por uma decisão judicial favorável", declarou o superintendente executivo do Fluminense, Jackson Vasconcelos.

Fla, Vasco e Botafogo 'driblam' penhoras com agilidade em negociações

Investimentos suspensos
Enquanto busca uma solução para o problema que afeta os quatro clubes grandes do Rio de Janeiro, o Fluminense segura os investimentos de grande porte. O centro de treinamento, que será erguido na região de Jacarepaguá, levará um tempo maior que o previsto.

A Ambev, que entraria com cerca de R$ 6,5 milhões - aproximadamente 50% do valor, renegociará o montante. A cervejaria mantém o interesse em participar da construção, mas terá novas conversas para definir o modelo de participação após a Prefeitura do Rio desistir de doar a outra metade da verba.

Apesar de não admitir publicamente, internamente é praticamente consenso que o time terá que vender ao menos um jogador nesta temporada, além de Wallace, que já foi negociado com o Chelsea-ING, para equilibrar as contas e dar fôlego ao fluxo de caixa.

Rivais com decisões favoráveis
Vasco e Botafogo obtiveram algumas vitórias para amenizar o problema das penhoras recentemente. O time de São Januário conseguiu a redução de 90% no bloqueio de parte de suas receitas de 2012 no em março. Somente os contratos de Penalty, Ale e Ambev estavam envolvidas no recurso julgado. Somados, os acordos somam pouco mais de R$ 10 milhões, mas o clube não terá acesso a todo valor.

Já o alvinegro de General Severiano, também em março, recebeu uma liminar da Justiça Federal do Rio de Janeiro com um limite de até 5% nas penhoras da PGFN referentes aos valores de contratos de transmissão da TV Globo. A medida foi vista como 'salvadora' já que o clube enfrenta dificuldade para quitar os salários de jogadores e funcionários.

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