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Dinei vê Michael com apoio que não teve e diz que mundo caiu na cabeça com doping

Dinei diz que Michael vai conseguir dar a volta por cima - Francisco Cepeda e Léo Franco/AgNews
Dinei diz que Michael vai conseguir dar a volta por cima Imagem: Francisco Cepeda e Léo Franco/AgNews

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

09/05/2013 12h00

O ex-corintiano Dinei foi um dos mais emblemáticos casos de jogadores flagrados em exames antidoping que conseguiram dar a volta por cima depois de ser flagrado pelo uso de cocaína, mesma substância utilizada pelo jogador do Fluminense Michael.

O ex-atacante foi pego no doping em 1996, quando jogava no Coritiba. Assumiu o uso da droga em uma festa e foi suspenso do futebol por 240 dias. Depois, voltou a jogar pela Inter de Limeira, foi para o Guarani até retornar ao Corinthians, em 1998, onde seria campeão brasileiro daquele ano e do ano seguinte (já havia vencido com o time alvinegro a edição de 1990).

“Minha mudança de vida foi graças ao doping . Dei a volta por cima, voltei pro Corinthians para ser campeão brasileiro”, falou o ex-jogador.

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  • Rossana Fraga/Photocamera


Dinei diz acreditar na recuperação de Michael e afirma que o primeiro passo foi dado: assumir que usou a droga. Diz confiar na volta por cima principalmente por ter visto o apoio do técnico Abel Braga e dos demais jogadores ao companheiro.  

“Assumir é a melhor coisa que ele faz agora, não pode ter vergonha de nada. Esse é o ponto mais importante e agora ele precisa de ajuda. Mas assumir é importante. Muitos jogadores que vi na época não assumiram, ele e eu assumimos. O segundo passo é o Abel e os companheiros estarem ajudando”, falou.

“Foi por isso que o Abel Braga falou de considerá-lo um filho, nessa hora o apoio é importante. Gostei da parte da entrevista do Abel que ele fala que o Michael é como um filho. Tenho certeza e ponho a mão no fogo de que ele vai dar a volta por cima. Já estou vendo isso já”, continuou.

Dinei disse que teve pouco apoio quando passou pela situação no time curitibano. “Comigo o mundo caiu na cabeça e eu tive que segurar sozinho. Foi o Marco Aurélio no Coritiba [então dirigente do Coritiba] e ele falou que era pra eu assumir. Ele me deu apoio, mas foi um dos poucos.”

O ex-jogador, no entanto, alerta que mesmo com o apoio será preciso que o atacante do Fluminense queira sair da situação. “O apoio é fundamental, mas ele tem que querer de parar de usar a droga, como eu fiz. E é muito importante ele se conscientizar que ele pode jogar a carreira por água baixo. Eu dei a volta por cima quando quis mudar.”