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Aposentado, Gilberto dá primeiros passos como comentarista: "Novo desafio"

Gilberto, que disputou duas Copas com a seleção, vive nova experiência na vida - Flávio Florido/UOL
Gilberto, que disputou duas Copas com a seleção, vive nova experiência na vida Imagem: Flávio Florido/UOL

Gabriel Duarte

Do UOL, em Belo Horizonte

11/05/2013 06h03

Aposentado desde o final do ano passado, o ex-lateral Gilberto vive uma nova fase na carreira e trilha um caminho que tem sido comum a alguns jogadores: a de comentarista esportivo. Passando por uma espécie de teste no recém-criado programa Os Donos da Bola, da TV Bandeirantes, ele ainda trabalha sem contrato e remuneração, mas deve ser integrado ao quadro fixo nas próximas semanas.

Gilberto nem pensava em seguir a carreira, mas por um convite decidiu investir na oportunidade. Revelado pelo Flamengo e com passagens pela Europa e com duas Copas do Mundo no currículo, ele administrou bem o dinheiro que recebeu do futebol e agora também possui uma empresa de marketing, com produtos licenciados de alguns atletas.

UOL Esporte conversou com Gilberto, que não pensa em deixar Belo Horizonte, onde morou a maioria do tempo nos últimos três anos, atuando por Cruzeiro e América-MG, com uma pequena passagem pelo Vitória, da Bahia.

UOL Esporte: Como está sendo a experiência de trabalhar na televisão como comentarista?

Eu praticamente não contava com essa oportunidade agora, logo depois de parar. Mas acabei recebendo um convite da Band através de um amigo próximo, que pediu para eu participar. Por ser um amigo e com a oportunidade de ter uma continuidade como comentarista, acabei aceitando. A proposta foi justa. É uma experiência nova na minha vida e vai me ajudar muito nessa nova fase da minha vida. Não tem contrato ainda, não estou recebendo nada, mas está sendo muito bom.

UOL Esporte: É uma espécie de teste para ser aceito?

Não sei se é bem um teste, não estou participando todos os dias, porque tem vezes que apenas eles chamam os jornalistas, dependendo da pauta do dia. Mas, para mim, de qualquer maneira está sendo bom para aprender. É uma coisa nova, lidar com câmera, saber o que se pode falar ou não no programa. Estou aprendendo bastante, é um novo desafio.

UOL Esporte: E qual tem sido seu maior desafio nesse começo?

Estou com uma empresa de marketing e licenciamento também, mas essa proposta pintou e eu decidi aceitar. Não sei se vai dar certo ainda, pois está só no começo. Vamos ver se vou conseguir me adaptar. Nunca passou pela minha cabeça ser comentarista, mas é uma nova oportunidade na minha vida.

Gilberto mora em Belo Horizonte e não pensava na carreira de comentatista

  • Washington Alves/Vipcomm

    Gilberto, que encerrou a carreira no ano passado, aceitou convite para trabalhar, em fase experimental, como comemoratista do programa Donos da Bola, da Band Minas. "Para mim, de qualquer maneira está sendo bom para aprender. É uma coisa nova, lidar com câmera, saber o que se pode falar ou não no programa. Estou aprendendo bastante, é um novo desafio"

UOL Esporte: Tem sido difícil se adaptar à nova função?

Já participei várias vezes de programas esportivos na minha vida, mas sempre como jogador, defendendo uma cor, uma camisa. É diferente, tinha uma ética diferente para que não pudesse atingir ninguém, outro companheiro ou outro clube. Agora não, tenho que me posicionar sobre as situações, sem perigo, vamos dizer assim, de correr algum risco de falar besteira. Tenho que dar opiniões agora sobre o esquema tático, jogadores e técnicos, o que eu não podia fazer antes.

UOL Esporte: Fica com receio de fazer comentários por causa do seu passado como jogador?

O interessante seria sempre falar com credibilidade, dar opiniões concretas, sempre falando a verdade sobre as situações, sem criar polêmica. O público quer transparência para falar sobre os fatos, então é o nosso compromisso a partir de agora.

UOL Esporte: Inspira-se em algum companheiro que agora é comentarista também?

Gosto muito, principalmente do Edmundo (Band) e do Caio (Sportv), são caras que estão muito bem nos comentários, sempre comedidos. Assisto sempre aos programas esportivos, no Sportv e em outros canais. Têm pessoas que a gente sempre se inspira pelo que fazem, mas também quero criar o meu estilo próprio.

Divulgação/site oficial do Vitória
Já participei várias vezes de programas esportivos na minha vida, mas sempre como jogador, defendendo uma cor, uma camisa. É diferente, tinha uma ética diferente para que não pudesse atingir ninguém, outro companheiro ou outro clube. Agora não, tenho que me posicionar sobre as situações, sem perigo, vamos dizer assim, de correr algum risco de falar besteira. Tenho que dar opiniões agora sobre o esquema tático, jogadores e técnicos, o que eu não podia fazer antes

UOL Esporte: Como é o seu relacionamento com os jornalistas na emissora, com quem você vivia, vamos dizer, de um lado oposto?

Está sendo uma relação tranquila, sem confusão com ninguém. A gente precisa entender como é a rotina das redações. Chego lá e vejo aquele tanto de gente sentada e discutindo as situações. Tenho que aprender um monte de situações, como saber o que é pauta, ler nas telas que ficam nas câmeras, saber os horários direito e também saber o que pode falar ou não. É uma situação diferente, que não esperava. Mas a gente aprende a cada dia. Está sendo bem bacana.

UOL Esporte: Você tem uma empresa de marketing e licenciamento esportivo. Como está sendo o trabalho, tem sido possível conciliar?

Sim, está bem tranquilo. A gente já tinha criado essa empresa há algum tempo e agora lançamos um projeto com os quatro clubes do Rio (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco), em que eles vão ter a marca em feijão, arroz, ketchup e mostarda. Isso foi legal para a empresa e tem feito sucesso lá no Rio. Agora, acabamos de fazer um acordo com o Thiago Pereira e a Fabíola Molina, em que eles também terão a imagem licenciada pela gente. Vamos produzir produtos e ações utilizando a imagem dos dois. A gente está aprendendo nas situações, mas está sendo muito bom para a gente este começo.

UOL Esporte: Você disputou duas Copas do Mundo pela seleção brasileira (2006 e 2010). Considera que o time de Felipão chega como favorito ao próximo Mundial?

Acho que chega como favorito, sim, por tudo que está rodeando. A Copa é no País, a torcida vai estar apoiando, acho que vai brigar pelo título, sim. Não está em uma boa posição no ranking da Fifa, essa posição incomoda e é uma das piores que o Brasil já teve na história. O Felipão ainda não conseguiu também encaixar um time, mas tenho certeza que até lá consegue formar um grupo. Mas acho que a seleção chega como favorita e precisa do nosso incentivo.