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Bota recusa tirar nome Havelange do Engenhão por verba de naming rights

Bota descarta mudar o nome do estádio duas vez para evitar prejuizo em negociação - Julio Cesar Guimarães/UOL
Bota descarta mudar o nome do estádio duas vez para evitar prejuizo em negociação Imagem: Julio Cesar Guimarães/UOL

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/05/2013 06h07

Na última quarta-feira, três vereadores do Rio de Janeiro entraram com projeto de lei para mudar o nome do Estádio Olímpico João Havelange para Estádio Olímpico João Saldanha, em homenagem ao jornalista botafoguense falecido em 1990. Porém, o Botafogo descarta a troca já que espera a reabertura do Engenhão para voltar a negociar os naming rights da arena - direito de vender o nome. Antes da interdição, o Alvinegro disse estar próximo de fechar a transação que renderia cerca de R$ 15 milhões anuais.

Segundo apuração do UOL Esporte, o Botafogo é contra a mudança do nome do estádio neste momento já que acredita que a medida atrapalharia a futura negociação pelos naming rights. A reclamação é que o excesso de trocas em um curto tempo prejudicaria o entendimento. Porém, o clube apoiaria a homenagem a João Saldanha, mas apenas depois que a transação milionária fosse concluída. Essa decisão, no entanto, não cabe ao clube, mas à prefeitura do Rio.

“O Botafogo tem que lucrar com essa questão. Essa é a nossa única certeza. Não podemos pegar o naming rights do Engenhão e usar como Estádio Nilton Santos, ou Estádio Garrincha. Isso não podemos. Será uma fonte de renda muito importante para o clube quando pudermos retomar essa negociação”, disse o diretor executivo do Botafogo, Sérgio Landau, ao UOL Esporte.

A iniciativa de mudar o nome surgiu da torcida do Botafogo, que criou uma petição pública para pressionar o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Ele, inclusive, se mostrou irritado com a situação e desabafou. “Isso é um direito do Botafogo que tem uma coisa chamada naming rights ele pode chamar o estádio como quiser. Tudo depende da diretoria. Não vou ficar aqui mudando o nome de tudo", explicou o político em entrevista à Rádio CBN na última quinta-feira.

APÓS CARIOCA, BOTAFOGO JÁ PENSA NA SEQUÊNCIA DA TEMPORADA

Mandatário máximo da Fifa entre 1974 e 1998, João Havelange teve seu nome ligado a corrupção na venda de direitos da Copa do Mundo. Ao lado do ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Ricardo Teixeira, o dirigente foi condenado pela Justiça suíça por receber propina da empresa de marketing esportivo ISL. Ao todo, R$ 44 milhões (em valores atuais) foram inseridos em contas relacionadas aos brasileiros entre 1992 e 2000.

"O Estádio João Havelange foi construído pelo ex-prefeito César Maia, que deve ter tido seus motivos para ter feito sua homenagem quando fez a arena com a cobertura quase caindo. Minha preocupação é com a cobertura, não com o nome. Tenho mais o que fazer", encerrou Paes.

Interditado no dia 26 de março por causa de problemas na cobertura, o Engenhão ainda não tem uma previsão para ser reaberto. A prefeitura ainda não recebeu o laudo para saber quais medidas deverão ser tomadas para reformar o local.

JUCA: MUDAR NOME DO ENGENHÃO SÓ DEPENDE DO BOTAFOGO

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