Santos se assusta com pedida salarial de Bielsa e cogita outro argentino

Nome preferido para substituir Muricy Ramalho no comando do Santos, o argentino Marcelo Bielsa assustou a diretoria. Em um primeiro contato entre as partes, o técnico pediu um salário de 4 milhões de euros por ano (cerca de R$ 11 milhões) e deixou o Comitê de Gestão ressabiado. 

Isso porque a informação que circulava internamente era a de que Bielsa, no Athletic Bilbao, da Espanha, ganha cerca de R$ 500 mil por mês, bem menos do que Muricy faturava - R$ 700 mil. Apesar de ter se assustado, a diretoria não desistirá de ter "El Loco" no banco de reservas. 

Os dirigentes entendem que a negociação está só começando e que o argentino "jogou lá em cima" para se valorizar. Mas acreditam que com o desenrolar das conversas, esta pedida possa abaixar e ele se enquadre na política que o clube pretende ter a partir de agora.

Outro fator que será conversado é em relação a quando o novo treinador assumirá. Bielsa, que não renovará com o Bilbao, gostaria de tirar um período de descanso e só voltar a trabalhar em janeiro do ano que vem. A diretoria do Santos vê essa possibilidade como impossível, pois quer um comandante para, no máximo, começo de agosto.

Para convencê-lo a aceitar o cargo imediatamente, o Santos pretende oferecer um projeto de trabalho a longo prazo, com influência nas categorias de base e focado muito na mescla entre juventude e experiência, algo que agradaria ao argentino. 

Precavidos para o caso de a negociação com Bielsa não evoluir positivamente, conselheiros já começaram a sugerir um outro nome de estrangeiro ao Comitê. O UOL Esporte apurou que Gerardo Martino, do Newell's Old Boys, ganhou força nas últimas horas e pode ser consultado sobre a possibilidade de assumir o clube tão logo o time argentino encerre sua participação na Libertadores - está na semifinal.

Martino certamente teria custos bem menores do que os pedidos pelo compatriota no primeiro contato e também é visto como bom nome para comandar uma renovação de elenco. Outros  nomes avaliados pela diretoria, e com custos e prestígio menores, são Guto Ferreira, atualmente na Ponte Preta, e Marquinhos Santos, do Coritiba.  "Medalhões", Mano Menezes e Dorival Júnior figuram entre as opções, mas enfrentam resistência de parte do Comitê de Gestão. 

No empate por 1 a 1 com o Grêmio, neste sábado, até a paralisação do Brasileiro para a Copa das Confederações, o Santos será comandado por Claudinei Oliveira, que não é tratado pela diretoria como "interino", mas talvez dificilmente será efetivado para comandar o time no restante da temporada.