Topo

Grupo de brasileiros, ida de namorada e dica de Abel levam Nem ao Shakhtar

Wellington Nem terá a companhia de muitos brasileiros e da namorada na Ucrânia - Dhavid Normando/Photocamera
Wellington Nem terá a companhia de muitos brasileiros e da namorada na Ucrânia Imagem: Dhavid Normando/Photocamera

Renan Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/06/2013 06h01

A decisão de aceitar a proposta do Shakhtar Donetsk-UCR e deixar o Fluminense não foi simples para o atacante Wellington Nem. Inicialmente com medo das baixas temperaturas e de ficar 'escondido' da seleção brasileira no leste europeu, o camisa 11 se mostrava reticente em relação à oferta. Mas uma conversa com o técnico Abel Braga, a ida da namorada e o grupo de brasileiros que atuam no clube - são nove atualmente -, convenceram o jovem de 21 anos a aceitar o novo desafio na carreira.

Ao saber da oferta de R$ 26,5 milhões do Shakhtar, Abel Braga conversou com o atleta e apoiou a decisão da ir à Europa. Além da necessidade do Fluminense em vender um jogador para equilibrar as finanças, o comandante argumentou que a experiência tática em campo, e cultural fora dele, seria benéfica para Nem. O treinador também lembrou que no time ucraniano, o atacante será comandado pelo romeno Mircea Lucescu, conhecido por gostar do futebol brasileiro e ter boa relação com os atletas.

Outra garantia importante foi a confirmação de que a namorada, a modelo Bárbara Kretzer, acompanhará Wellington Nem no novo país. O jogador não terá mais a companhia do amigo Valdeir, mais conhecido como Valdeca. Ambos se conheceram em Campo Grande há seis anos e a amizade fora de campo virou também trabalho. O colega morava junto do atacante no Recreio e era responsável por buscá-lo nos treinos, resolver problemas particulares e também aproveitar shows e festas.

No Shakhtar, Nem terá quase um time inteiro de brasileiros para conseguir dicas sobre transporte, moradia e costumes locais. Essa também foi uma das razões por ele ter aceitado a proposta. Pouco mais de um ano antes, uma oferta do CSKA-RUS, que foi aprovada pelo Fluminense, não interessou ao atacante que temia o isolamento. São nove atletas atualmente: o zagueiro Ismaily, o volante Fernandinho, os meias Douglas Costa, Ilsinho, Alan Patrick, Taison e Alex Teixeira, e os atacantes Luiz Adriano e Maicon Oliveira. 

Apesar de admitir a negociação, o diretor executivo do Fluminense, Rodrigo Caetano, diz que só confirmará a transação após o acerto de alguns detalhes e a assinatura de documentos.

"A velocidade da qual gostamos, sempre com cautela, não é a mesma da necessidade de informação. Existe uma enorme possibilidade, mas ainda faltam detalhes. Espero que eles sejam resolvidos, mas o atleta foi liberado para viajar sim. As propostas pelo Nem aparecem desde que ele voltou ao Fluminense. Em determinados momentos tivemos como mantê-lo", destacou Caetano.

A dúvida de Wellington Nem também tinha como motivo sondagens antigas da Juventus-ITA e do Napoli-ITA. O atacante ficou tentado a recusar a oferta ucraniana para esperar propostas de clubes de mais tradição na Europa. O estafe do jogador, porém, destacou as constantes presenças do Shakhtar na Liga dos Campeões. O Fluminense ficará com pouco mais de R$ 15 milhões pelo acordo. O empresário Eduardo Uram tem outros 30% e a Unimed 10%.

Wellington Nem era a segunda opção na lista do time ucraniano, que também tinha interesse em contratar Osvaldo, do São Paulo, ou Fred, do Internacional. O jogador da equipe paulista recusou a transferência. Como a negociação avançou com o Fluminense por Nem, o jovem do time gaúcho nem chegou a receber uma proposta formal.

Wellington Nem marcou 16 gols e atuou em 67 partidas pelo Fluminense, tendo conquistado um Campeonato Carioca e um Campeonato Brasileiro. Também foi eleito revelação do torneio nacional em 2011, quando atuou emprestado ao Figueirense. Porém, também conviveu com lesões musculares que atrapalharam a sequência na equipe.