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Comissão técnica 'recheada', salário em euro e projeto misterioso impediram acerto com Bielsa

Argentino Marcelo Bielsa exigiu comissão técnica de quase dez profissionais  - Alejandro García/EFE
Argentino Marcelo Bielsa exigiu comissão técnica de quase dez profissionais Imagem: Alejandro García/EFE

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

18/06/2013 06h00

Após mais de duas semanas de negociações, o Santos desistiu oficialmente da contratação do técnico argentino Marcelo Bielsa na última segunda-feira. O UOL Esporte apurou os motivos que impediram o acordo. O treinador fez muitas exigências, porém a promessa de entregar um projeto de trabalho sem data confirmada foi a gota d´água para o Comitê Gestor do clube encerrar a transação.

Com o Santos próximo a zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, os dirigentes do clube consideram inviável ficar aguardar o “projeto misterioso” de Bielsa, que segundo fontes ligadas a diretoria alvinegra, poderia demorar mais de um mês para ser entregue pelo argentino.

As exigências de Marcelo Bielsa desgastaram a negociação. “El Loco”, como é conhecido o treinador, pediu para o Santos bancar uma comissão técnica de quase dez profissionais, cinco deles somente para exercer as funções de auxiliar-técnico. Se não bastasse, o argentino ainda exigiu salário em euro, com câmbio variável.

Além disso, o ex-comandante do Athletic de Bilbao, da Espanha, só assumiria o cargo em janeiro de 2014, na Vila Belmiro. Até lá, Claudio Vivas, considerado o primeiro auxiliar de Marcelo Bielsa, comandaria o time no Brasileirão, ao lado do atual técnico interino do Santos, Claudinei Oliveira.

O valor salarial estava praticamente acertado entre Bielsa e Santos. A diretoria santista havia decidido a desembolsar cerca de 3,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 10 milhões).

Inicialmente, o argentino pretendia receber 4 milhões de euros (R$ 11,4 milhões) por ano para comandar o time brasileiro e, inclusive, chegou a recusar uma proposta salarial de 3 milhões de euros (cerca de R$ 8,6 milhões) por temporada.

Gerardo Martino, do Newell's Old Boys, da Argentina, é visto como uma espécie de “plano B” da diretoria santista desde a saída de Muricy Ramalho. O primeiro contato já foi feito, mas alguns integrantes do Comitê Gestor consideram inviável aguardar o término da participação do time argentino na Copa Libertadores da América. Newell´s disputa a semifinal em dois jogos contra o Atlético-MG após a Copa das Confederações.