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'Diamante' da base do Grêmio brilha no Juventude e sonha com oportunidade

Bergson tem boa média de gols no Juventude e contrato até 2014 com o Grêmio - Arthur Dallegrave/Divulgação/Juventude
Bergson tem boa média de gols no Juventude e contrato até 2014 com o Grêmio Imagem: Arthur Dallegrave/Divulgação/Juventude

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

11/07/2013 06h00

Com apenas 18 anos, Bergson teve o destino esperado por tantos jovens que atuam em categorias de base de grandes clubes. Após a disputa da Copa São Paulo de 2010, o técnico Silas o chamou ao elenco profissional permanentemente. O sonho de atuar pelo Grêmio teve primeiros passos firmes com elogios repetidos do treinador. No entanto as chances diminuíram e a falta de sequência atrapalhou.

No Tricolor foi apenas um ano. A dura concorrência e a troca no comando técnico resultaram na perda de espaço. Em janeiro de 2011 o destino foi o Suwon Bluewings, da Coreia. A experiência na Ásia começou bem, mas esbarrou em uma lesão. Alguns meses depois, Bergson voltou para o Brasil.

"Foi muito válido. Cresci muito como pessoa, como atleta. Primeira experiência longe de casa foi na Coreia, em um país com língua e cultura muito diferente de tudo o que eu já tinha visto na vida. Passei dificuldade em termos de entendimento, dependia de interprete para tudo. Não é fácil viver assim", conta.

Um novo empréstimo ao Vila Nova-GO, retorno em 2012, uma nova chance no Ypiranga-RS, que novamente acabou em lesão, e a ida para o Braga, de Portugal, ditaram os capítulos seguintes da carreira que teve início promissor, mas uma série de percalços.

Até o início de 2013. O Juventude abriu as portas para Bergson e no time da serra o futebol que o fez ser chamado de 'diamante' na base do Grêmio voltou a aparecer. Fruto da sequência de jogos, os gols retornaram e já são 8 em 21 oportunidades. A média de 0,4 por partida é superior aos homens de frente do Tricolor. Mesmo longe, 'Berg' não esquece as raízes, sonha em voltar e ter oportunidade no clube que o formou. Em entrevista ao UOL Esporte, ele celebrou a boa fase e se disse pronto para deslanchar.

UOL Esporte: Como você avalia sua passagem pelo Juventude? Pode ser um recomeço na carreira?
Bergson: Com certeza. É isso mesmo que está acontecendo. Nunca havia disputado mais de cinco partidas como titular no profissional e aqui no Juventude tive a oportunidade com o Lisca [técnico]. Está sendo uma passagem muito boa, estou conseguindo fazer gols, participar, ajudar na marcação. Nosso time é muito competitivo e isso ajuda todo mundo a crescer individualmente.

SONHO: CHANCE NO GRÊMIO

Bruno Junqueira/Txt Assessoria
É um sonho poder voltar a jogar no Grêmio. Tenho contrato até outubro do ano que vem e meu empréstimo no Juventude vai até o final da temporada. Estou treinando muito forte. Vamos ver o que vai acontecer

UOL Esporte: O que o atrapalhou quando subiste ao profissional do Grêmio?
Bergson: Acho que uma série de coisas. Eu subi como centroavante e nunca tinha jogado assim na base. Comecei como meia e logo depois já me passaram para o ataque, mas de segundo atacante. É muito diferente. Fui artilheiro do Brasileiro Sub-20 que fomos campeões como segundo atacante, por exemplo. Também acho que não estava maduro o suficiente, não consegui assimilar bem o que era preciso fazer. Além disso, a concorrência era enorme, com Jonas, Borges, depois chegou André Lima.

UOL Esporte: Você teve passagens pelo futebol português e coreano. Como foi a experiência?
Bergson: Foi muito válido. Cresci muito como pessoa, como atleta. Primeira experiência longe de casa foi na Coreia, em um país com língua e cultura muito diferente de tudo o que eu já tinha visto na vida. Passei dificuldade em termos de entendimento, dependia de interprete para tudo. Não é fácil viver assim. Ainda me machuquei e levaram muito tempo para descobrir o que era. O tempo passou e achamos melhor voltar. Mas aprendi muita coisa. Em Portugal era mais fácil, além do idioma, tinham vários brasileiros no Braga. O problema lá foi a sequencia. Fui para jogar no time B, mas eram muitos jogadores, muitas experiências. Quando o Juventude fez a proposta ao Grêmio, aceitei na hora.

UOL Esporte: Ainda está nos teus planos voltar a atuar no Grêmio?
Bergson: É um sonho poder voltar a jogar no Grêmio. Tenho contrato até outubro do ano que vem e meu empréstimo no Juventude vai até o final da temporada. Minha preocupação é fazer um bom segundo semestre aqui em Caxias. Consegui fazer um bom Gauchão, mas sei que é preciso ter regularidade. Estou treinando muito forte. Vamos ver o que vai acontecer.

UOL Esporte: Você acha que o bom desempenho no Juventude pode ajudar a ter chances no Grêmio?
Bergson: Espero que sim. Sei que os dirigentes do Grêmio são competentes, que acompanham os atletas que estão emprestados. Saí do Grêmio justamente para pegar experiência, para jogar, para ter sequência, para aprender com outras realidades e outros profissionais. Estou mais maduro, pronto para o que der e vier [risos].