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Diretoria santista é criticada por falta de transparência, uma das bandeiras da gestão

Laor assumiu o Santos em 2010 com a missão de melhorar a transparência no Santos - Leandro Moraes/UOL
Laor assumiu o Santos em 2010 com a missão de melhorar a transparência no Santos Imagem: Leandro Moraes/UOL

Renan Prates e Samir Carvalho

Do UOL, em São Paulo e em Santos

17/07/2013 06h00

Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro assumiu a presidência do Santos em 2010 com a missão de melhorar a transparência. Como opositor, ele chegou até a prometer uma “varredura” na gestão do antecessor Marcelo Teixeira. Três anos e meio depois, a diretoria comandada por Laor virou alvo de críticas de conselheiros e torcedores justamente pela falta de transparência.

Os casos recente da venda de Neymar para o Barcelona e do fracasso do retorno do ídolo Robinho para o Santos serviram para dar munição aos críticos de Laor, que está no seu segundo mandato à frente do Peixe.

“Se a transparência fosse a tônica, cláusulas de confiabilidade não existiriam nessa gestão. Para quem dizia isso [falta de transparência] do Marcelo Teixeira, hoje eles fazem pior, pois o Marcelo não tinha cláusula. Nessa gestão, tivemos essa cláusula nos casos Neymar e Ganso, entre outros”, reclamou Celso Leite, um dos conselheiros mais críticos de Laor.

Santistas exigem reunião com diretoria sobre Neymar e Robinho

  • Flávio Florido/UOL

    Um grupo de sócios, conselheiros e torcedores do Santos planeja “abraçar” a Vila Belmiro no próximo dia 27. Depois do ato, os manifestantes querem ser recebidos por dirigentes do clube para fazer uma série de questionamentos.

Segundo o Blog do Perrone, um grupo de sócios, conselheiros e torcedores do Santos planeja “abraçar” a Vila Belmiro no próximo dia 27. Depois do ato, os manifestantes querem ser recebidos por dirigentes do clube para fazer questionamentos sobre cinco temas, dentre eles os casos de Neymar e Robinho.

Sobre a venda de Neymar para o Barcelona, a diretoria do Santos teve que se explicar em reunião do Conselho Deliberativo em junho, quando que o acesso da imprensa foi proibido por maioria de votos entre os presentes.

Na ocasião, o vice-presidente Odílio Rodrigues confirmou que o Santos recebeu 17 milhões de euros (cerca de R$ 49 milhões) por Neymar e ficou apenas com 9 milhões de euros (aproximadamente R$ 26 milhões), pois teve que repassar do montante 40% dos direitos econômicos a DIS, braço esportivo do Grupo Sonda, e 5% a Teisa, grupo de investidores formados por conselheiros influentes no clube.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Santos se defendeu das acusações sobre a falta de transparência. Sem comparar a gestão Laor com a do antecessor Marcelo Teixeira, o clube elencou motivos para provar que exerce um mandato transparente.

Consultor vê Santos no 'nivel médio' de transparência

  • Reprodução/Facebook

    O consultor de marketing Amir Somoggi disse que a gestão Laor evoluiu em transparência em relação ao antecessor Marcelo Teixeira, mas que ainda está no nível médio, o mesmo da maioria dos clubes do Brasil. "Esse fato recente da venda do Neymar chamou a atenção de todos, mas em geral outros clubes não são muito transparentes também. A meu ver nenhum clube é tão transparente como uma empresa de capital aberto. Estamos longe disso ainda", disse ao UOL Esporte.

“Com o início desta gestão, passamos a publicar balanços trimestrais no website oficial. Somos um dos poucos clubes brasileiros em que a presidência têm acesso quase que diariamente e direto a boa parte dos jornalistas que cobrem o dia-a-dia do Santos. O clube adota essa prática porque acredita que as perguntas não devem ficar sem resposta e que as informações devem ser sempre divididas com a opinião pública”, explicou a assessoria, que se defendeu sobre as cláusulas de confidencialidade em algumas transações.

“No entanto, determinados contratos envolvem outras partes e há necessidade de confidencialidade em uma série de casos, parte delas por questões estratégicas do clube - competimos com uma série de outros times que também procuram boas opções no mercado”.

O presidente do Conselho Deliberativo do Santos, Paulo Schiff, também defendeu a transparência da atual gestão. “É importante ressaltar o que foi conquistado com a reforma do estatuto do clube em 2011. Foi criado um Conselho Fiscal que é escolhido pelos conselheiros por eleição, o que confere aos cinco membros absoluta independência. O conselho, para analisar as contas do clube, tem acesso a todos os documentos, inclusive os que têm cláusulas de confidencialidade. E esse acesso é extensivo a todos os conselheiros”.

GRUPO DE APOIO A LAOR ABANDONA PRESIDENTE

  • A Associação Movimento Resgate Santista, que lançou Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, o Laor, à presidência do Santos, oficializou o seu rompimento com a atual diretoria. Foram meses de uma relação estremecida. “O rompimento foi um processo natural. Era um namoro no qual você não via a namorada havia seis meses. Só faltava dizer que acabou”, disse ao blog Fábio Vianna, presidente da AMRS, sigla do grupo.