Neymar e Thiago viram pretexto para troca de farpas entre Guardiola e Barça

Não é de hoje que o técnico Pep Guardiola troca farpas com a diretoria do Barcelona via imprensa. E dois jogadores viraram pretexto para que essa discussão ganhasse contornos ainda maiores: Neymar e Thiago Alcântara.

Neymar virou pivô do início da crise entre as partes. Guardiola, ex-treinador do Barcelona e atualmente no comando do Bayern de Munique, acusou a direção do time espanhol de utilizar Odílio Rodrigues, vice-presidente do Santos, e alguns intermediários para prejudicar sua imagem, atribuindo a ele críticas sobre a suposta incapacidade de Tito de aproveitar o brasileiro e Messi juntos.

"O que Tito fez no ano passado conseguindo o título espanhol mais bem-sucedido da história do Barça é argumento suficiente para que não seja eu quem diga se ele está capacitado ou não. Os bons jogadores estão sempre capacitados para jogar juntos, e eles (Messi e Neymar) também", afirmou o técnico, em entrevista coletiva concedida na Itália no último dia 11.

Um dia depois, Guardiola foi ainda além nas críticas aos dirigentes do Barcelona e até o problema de saúde de Tito (câncer na glândula perótida) entrou em pauta. "Este ano aconteceram muitas coisas que passaram dos limites, mas usar a doença de Tito para me atingir é algo que nunca esquecerei", afirmou na ocasião.

“Tito e eu nos vimos em Nova York (onde Vilanova foi tratar o câncer) e se não nos vimos mais vezes é porque não foi possível, mas não foi por minha causa", complementou Guardiola, sem dar maiores detalhes.

O auxiliar de Guardiola no Barcelona e agora treinador do clube espanhol deu nesta terça-feira a sua versão sobre o caso. Tito Vilanova expôs sua mágoa com o treinador do Bayern e defendeu a diretoria do Barça. “Quando eu estava em Nova Iorque, Pep [Guardiola] me visitou por dois dias. Mas depois da cirurgia, e durante dois meses de recuperação, ele não me visitou”, reclamou Tito.

O técnico do Barcelona também ficou na bronca com a ida do meia Thiago Alcântara, filho de Mazinho, para o Bayern, atendendo a um pedido de Guardiola, que trabalhou com o jogador no clube espanhol. Tito tentou convencer o atleta a ficar, mas ele foi irredutível por acreditar que não teria muitas chances como titular. "Não gostei que tenha ido embora, não que Guardiola o tenha levado ", despistou.

Os presidentes de Barcelona e Bayern de Munique adotaram uma postura oficial conciliatória na tentativa de acalmar os ânimos entre as partes.  "Não gostei, mas é preciso virar a página. Guardiola não é um inimigo, é um adversário. Tenho certeza de que sua cabeça vai querer o sucesso do Bayern, mas seu coração sempre vai querer que o Barça vença", disse Rosell ao canal espanhol 8TV.

Durante a apresentação de Thiago no Bayern, Rumenigge comentou o caso envolvendo Guardiola e Barcelona. "Em geral, nós não discutimos essa questão. Barcelona e Pep tiveram uma época fantástica, Rosell tem grande respeito por Pep, Pep pelo Barcelona", amenizou.