"Melhor lateral direito da história", Djalma Santos é reverenciado por mídia internacional
A morte de Djalma Santos, aos 84 anos, repercutiu na imprensa internacional, e o ex-lateral direito da seleção brasileira foi reverenciado como o melhor de sua posição na história.
Foi o caso de dois jornais espanhóis: Marca e As. As publicações destacaram a “incrível forma física” de Djalma enquanto jogador, além de sua vocação ofensiva, que “mudou o jeito de jogar dos laterais”.
“Seu ataque constante modelou o perfil da maioria de seus sucessores com a camisa canarinha”, escreveu o Marca.
Na França, o L’Équipe lembrou que Djalma foi eleito o melhor de sua posição na Copa do Mundo de 1958 mesmo só jogando a partida final, contra a Suécia. “Revolucionou sua posição no futebol brasileiro.”
A morte de Djalma também repercutiu em Portugal. O jornal Público também destacou a ofensividade de um dos “melhores de sua posição na história”.
A Fifa, por sua vez, produziu uma galeria de fotos com os principais momentos da carreira do ex-jogador, em destaque os dois títulos mundiais, nas Copas de 1958 e 1962.
VEJA UM PERFIL SOBRE A CARREIRA DE DJALMA SANTOS
Djalma Santos queria mesmo era ser piloto de avião. Já o pai, soldado da antiga Força Pública paulista, preferia que ele seguisse a carreira militar. Até que um dia, vendo o filho jogar no Internacional (um clube de várzea do bairro paulistano da Parada Inglesa), convenceu-se de que o destino dele era outro. Djalma Santos havia nascido para ser jogador de futebol.
Djalma chegou a fazer testes no Ypiranga e no Corinthians. Mas os horários dos treinos eram incompatíveis com o do seu trabalho como sapateiro. Só ficou na Portuguesa porque o patrão concordou que ele trabalhasse à noite, para compensar as horas perdidas no clube.
No início, Djalma era chamado apenas de Santos e jogava na Lusa de centro-médio (o volante dos dias atuais). Em agosto de 1949, porém, o clube contratou outro jogador para a posição, Brandãozinho, da Portuguesa Santista, na maior transação da época. E Djalma Santos passou para a posição em que se consagraria definitivamente, a lateral-direita.
Foi titular em apenas uma partida na Copa de 1958 - a final, contra os donos da casa, vencida pelo Brasil por 5 a 2 - substituindo De Sordi, que passara mal. O suficiente para ser considerado o melhor jogador da posição. Na Copa seguinte, Djalma Santos se sagraria bicampeão mundial. Jogaria mais uma Copa, a da Inglaterra, em 1966. Pela seleção brasileira, foram 114 apresentações.
Uma de suas jogadas características era a cobrança dos arremessos laterais com força, para dentro da área, onde havia sempre um companheiro em boa posição para o arremate. Pela Portuguesa, Djalma ganhou os Torneios Rio-São Paulo de 1952 e 1955. Foram 453 jogos entre agosto de 1948 e maio de 1959, quando se transferiu para o Palmeiras.
No Palmeiras, Djalma Santos também jogou quase dez anos - 491 partidas e dez gols -, ganhando três títulos paulistas. Quando se preparava para encerrar a carreira, recebeu um convite do Atlético Paranaense e não resistiu. Ao lado do zagueiro Bellini (outro bicampeão mundial) e do ex-santista Dorval, levou o clube do quase rebaixamento, no ano anterior, ao vice-campeonato paranaense de 1968.
Jogou ainda a tempo de ganhar seu último título estadual (1970) pelo rubro-negro, se tornando posteriormente treinador do próprio Atlético. Depois, Djalma Santos se tornou funcionário da Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo de Uberaba, em Minas Gerais, onde coordenou a escolinha de futebol da cidade.
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