Felipe revê mentor Luxemburgo no Flu, celebra esquema novo e ganha chances

Há 15 anos, o meia Felipe era uma promessa que começava a ganhar chances na seleção brasileira. O tempo passou e recolocou o armador do Fluminense no caminho do técnico que havia apostado em seu potencial. Vanderlei Luxemburgo, que mudou definitivamente a posição do então lateral esquerdo, assumiu o Tricolor na última segunda-feira e já declarou que utilizará com mais frequência o camisa 16. Na partida do próximo domingo, contra a Ponte Preta, ele começará como titular.

Felipe foi convocado pela primeira vez por Luxemburgo em 1998, para um amistoso da seleção brasileira contra a extinta Iugoslávia. O jogador revesava atuações na lateral e no meio, mas passou a jogar fixo como armador após conversa com o técnico. Na última quarta, na vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, entrou ainda no primeiro tempo, na vaga do lesionado Deco. Teve boa atuação e participou do gol tricolor.

"O Luxemburgo me convocou para a seleção brasileira muitos anos atrás e me tirou da lateral para o meio. Se não me engano, em 1999. Ele conhece muito bem meu trabalho, minhas características. E sabe usar o que o jogador tem de melhor em benefício da equipe. Se precisar de mim, vou procurar colaborar da melhor maneira possível", disse o camisa 16 do Fluminense.

Contratado no início da temporada para ser uma alternativa ao meia Deco, Felipe teve raras chances para atuar como titular no primeiro semestre, com o técnico Abel Braga. Foram 19 jogos, mas apenas três começando a partida. O meia admite que a mudança de esquema tático do Fluminense, que passou a atuar com um 4-4-2 em forma de losango, deverá beneficiá-lo, mas evita criticar o ex-comandante.

"O Abel [Braga] tinha uma disposição tática diferente, já o Luxemburgo gosta de outro modelo. Acredito que eu deva ter mais chances, mas o Fluminense está preparado independente do esquema tático ou de quem vá jogar. Talvez, se fosse mais jovem, não suportaria [o período na reserva], mas respeito o treinador e os companheiros. Tem que ter paciência e a oportunidade vai surgir. Quando se é mais jovem, você acaba sendo mais explosivo. Hoje, com a maturidade que tenho, sei que é difícil para o treinador escalar 11 em um grupo qualificado, não vai agradar todo mundo e faz parte do futebol", declarou Felipe.

Sem Deco, o camisa 16 começará jogando contra a Ponte Preta, neste domingo, às 16h, no Moisés Lucarelli. A última partida de Felipe como titular aconteceu no dia 26 de maio, na estreia do Fluminense no Campeonato Brasileiro, quando os titulares foram poupados para a Libertadores. O meia de 35 anos admite que sentirá a falta de ritmo de jogo e que dificilmente terá condições de atuar os 90 minutos, mas diz que tentará colaborar enquanto estiver em campo.

"Pronto eu estou, mas claro que o ritmo de jogo vai faltar. Comecei jogando pela última vez há dois ou três meses. E você só adquire ritmo jogando. Se precisar de mim de início, vou procurar fazer meu melhor como realizei na última partida", completou Felipe.

Após a atuação da última quarta-feira, Luxemburgo fez elogios aos camisa 16 e ainda brincou sobre os efeitos da passagem do tempo entre ambos.

"O Felipe é um jogador que faz a diferença por ser técnico, ter um passe que desequilibra, agudo. Ele busca sempre o jogador da frente, dificilmente passa para o lado. Entrou muito bem no jogo. Faltou um pouco de ritmo, já que ele treinou pouco nos últimos dias, mas é um jogador de que gosto muito e pretendo utilizar mais vezes. Fui o primeiro a convocar o Felipe para a seleção sub-20. E hoje ele já está até careca, tem uma piscina de favela na cabeça", brincou o treinador.

O Fluminense deve entrar em campo contra a Ponte Preta com Diego Cavalieri, Igor Julião, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Jean, Felipe e Wagner; Rafael Sobis e Fred. O time das Laranjeiras é o 11º colocado, com 12 pontos em dez jogos.