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J. César celebra recorde de títulos, mas se incomoda com reserva no Corinthians

Júlio César, goleiro do Corinthians e recordista de títulos, exibe suas medalhas para o UOL - Junior Lago
Júlio César, goleiro do Corinthians e recordista de títulos, exibe suas medalhas para o UOL Imagem: Junior Lago

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

02/08/2013 06h00

Com a conquista da Recopa, há poucas semanas, Júlio César chegou a nove taças levantadas pelo Corinthians em oito anos como profissional no Parque São Jorge. Hoje, ele é o atleta que mais vezes foi campeão na história do clube, mas pode deixá-lo em breve. Embora comemora a marca expressiva, o camisa 12 não esconde o incômodo com sua atual situação no elenco comandado por Tite, e admite que pode sair.

“Às vezes você sabe que, se o titular não está jogando, você já logo vai jogar, você sabe que vai ter algumas oportunidades. Mas se a gente faz um revezamento, não tem tantas oportunidades. Por isso que no meio do ano eu optei por ouvir algumas propostas. Eu não sei como vai ser daqui pra frente, não sei como vai ser ano que vem”, disse Júlio César, em entrevista exclusiva para o UOL Esporte.

A situação complicada que o goleiro vive não apaga a história já escrita pelo clube. Formado nas categorias de base do Corinthians, Júlio César venceu Campeonato Brasileiro (2005 e 2011), Série B (2008), Copa do Brasil (2009), Campeonato Paulista (2009 e 2013), Copa Libertadores (2012), Mundial de Clubes (2012) e Recopa Sul-Americana (2013).

Com as nove taças, ele superou Marcelinho Carioca, Kleber e Del Debbio, antigos donos da honraria com oito conquistas, e que agora têm a companhia de Chicão e Alessandro. Júlio, isolado, não se abala com o fato de ter visto a maior parte da festa do banco de reservas.

Entre 2010 e 2011, ele viveu seu auge ocupando a vaga de titular do Corinthians. Em 2012, ele viveu o ano mais intenso de sua vida, com as falhas doloridas no Paulista, a perda de espaço para Cássio, a gravidez de risco da mulher e, finalmente, o nascimento de um casal de gêmeos que só abrilhantou sua viagem ao Japão, para o Mundial de Clubes.

Hoje, ele disputa a preferência de Tite com Danilo Fernandes e Walter e não sabe dizer se seria a primeira opção do treinador em uma possível ausência de Cássio. Por isso, chegou perto de sair do clube e ainda não descarta essa opção.

Leia abaixo a íntegra da entrevista, em que Júlio César detalha seus planos e conta mais sobre o recorde de conquistas que agora detém.

UOL Esporte: Você imaginava chegar tão longe no clube?
Júlio César:
Olha, nessa proporção, quando eu era pequeno e comecei a jogar no Corinthians, de verdade não. É difícil você ganhar isso. É muita coisa, é muita conquista e eu sou muito grato a Deus por ter deixado eu participar de tudo isso. Era um menino que queria apenas jogar futebol, que começou brincando na rua, realizou o sonho de jogar no Corinthians e queria um dia poder estrear. Poder ganhar tudo isso de títulos... E não só títulos repetidos, tenho variados. Tenho todos que eu posso imaginar ter no Corinthians. Isso é um presente muito grande.

UOL Esporte: Você passou o Marcelinho, Kleber e Del Debbio. Que importância teve o Marcelinho pra você, como torcedor?
Júlio César:
Acho que ele representou o jogador corintiano que vestiu a camisa do Corinthians. Quando eu cheguei lá eu tive a oportunidade de treinar com ele algumas vezes, e só de treinar já era uma inspiração de um jogador que amava o clube, que tinha uma grande qualidade e queria conquistar títulos. Ele jogou muito mais que eu e acho que tem méritos muito maiores nos títulos que ganhou, e com certeza é e sempre vai ser o maior ídolo da torcida.

UOL Esporte: Como torcedor, qual foi o título mais importante que você viu no Corinthians?
Júlio César:
Olha, dos que eu não ganhei, para mim foi o Mundial de 2000, quando eu estava chegando no Corinthians. O Corinthians enfrentou o Real Madrid, depois bateu o Vasco no Maracanã lotado. Foi um título muito importante. Claro que se eu rever vão ter outros títulos, mas esse foi marcante.

UOL Esporte: Dos que você ganhou, qual foi o mais especial?
Júlio César:
Acho que o Brasileiro de 2011 teve um gostinho muito especial, porque foi o que eu mais joguei, e a Libertadores, por ter jogado metade. Como torcedor, com certeza a Libertadores foi a mais importante.

UOL Esporte: Você citou os dois em que você atuou. Muda alguma coisa ter chegado a essa marca no banco de reservas?
Júlio César:
Acho que sempre é importante você estar jogando. Quando você joga o gosto é diferente, o sabor é um pouquinho mais doce. Mas a gente sabe que hoje em dia nada se conquista sozinho, tem de ter um elenco forte. Se eu pudesse ter jogado todos seria muito melhor, mas participando do elenco também está bom. Eu participei um pouco de quase todos esses, em pelo menos alguns jogos eu joguei e me sinto vencedor por todos.

UOL Esporte: Você lembra qual foi o seu primeiro jogo pelo Corinthians?
Júlio César:
Lembro até da data. Foi no dia 22 de maio de 2005, contra o Figueirense, no Pacaembu. Ganhamos de 2 a 1.

UOL Esporte: Dali em diante, o Corinthians trocou várias vezes de goleiro até 2010, quando você assumiu a titularidade. Nesse período em que você ficou no banco, você pensou muito que teria de sair para poder jogar?
Júlio César:
Pensei muitas vezes. Como torcedor sempre quis jogar, mas como profissional uma época eu falei: ‘Acho que aqui não tenho mais espaço’. E quis algumas vezes sair. Ainda bem que fui aconselhado por pessoas importantes na minha vida, que me ajudaram a permanecer no Corinthians. Acho que se tivesse tido uma oportunidade, eu teria tomado a escolha errada e teria saído.

UOL Esporte: Quando você virou titular de repente, isso te surpreendeu de alguma forma? Mudou muita coisa na sua vida?
Júlio César:
Foi uma mudança muito rápida, ainda mais porque o Felipe era um grande goleiro, de quem a torcida gostava muito. E eu não esperava que ele saísse tão cedo e tão rápido. Eu sempre fui trabalhando e cultivando com muita seriedade e ia pintar uma oportunidade boa, que poderia ser a única. Então eu procurei agarrá-la da melhor maneira possível e graças a Deus veio títulos importantes, com outros na sequência. Então acho que foi bem aproveitado.

UOL Esporte: Qual é a sua relação com o torcedor hoje? Quando te encontram na rua, o que eles te falam?
Júlio César:
Olha, eu não encontro um torcedor que fale mal. Tem sempre o torcedor que apoia, pede pra que eu não saia. Ultimamente tem muitas mensagens pedindo para que eu não saia, que o meu lugar é no Corinthians. Eu recebo um carinho muito grande, fico muito feliz por isso. Eles reconhecem tanto o profissional quanto o carinho que eu tenho pelo clube.

MÁRIO GOBBI SE IRRITA AO SER QUESTIONADO SOBRE CASO ORURO

  • Mário Gobbi mais uma vez perdeu a calma ao ser questionado sobre a morte do jovem Kevin Espada e suas consequências. No evento que marcou o lançamento da parceria entre o Corinthians e a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), o presidente alvinegro defendeu com veemência os 12 torcedores que foram presos em Oruro, na Bolívia.

    “A grande lição que ficou foi que não se deve julgar ninguém. Foi o que fizeram lá atrás. Julgaram, condenaram, acharam e depois ficaram atrás de provas. Que nunca mais se achincalhe sem a decisão da Justiça”, disse Mário Gobbi, ao ser perguntado sobre a lição de todo o episódio.

UOL Esporte: No estádio você também sente isso?
Júlio César:
Muito. Tem muitos jogos que eu não fui nem para o banco e eu fico assistindo no meio da torcida. Fui recebido com muito carinho, com palavras de incentivo e amizade mesmo. Fiquei muito feliz com essa retribuição.

UOL Esporte: Mas você também teve momentos difíceis por causa das falhas, e a torcida pegou no seu pé. Como você reagiu com relação a isso?
Júlio César:
Acho que isso é normal. Quando você faz uma coisa bem feita você é elogiado, e quando não faz bem feita, tem de ser criticado, é a lei da vida. Eu levo da melhor maneira possível. Eu sei que o torcedor em geral é motivado pela paixão, pelo momento. Tem de saber aceitar o lado ruim das coisas. Levei numa boa. Claro que no momento não é nada fácil, foi muito difícil. Mas sei que isso é um aprendizado, e hoje eu estou muito mais maduro por tudo isso que eu já passei, por todas as coisas boas e ruins. No momento, claro que o torcedor pegou um pouco no pé, mas eu soube lidar com isso.

UOL Esporte: Nesse ano, teve o lance contra o Paulista no primeiro jogo da temporada, em que o pessoal pegou no seu pé pelo Twitter e você acabou encerrando a conta. Como foi aquilo?
Júlio César:
Naquele jogo eu não entendi nem um pouco porque teve aquela pegação no pé, porque o cara apenas me driblou e fez o gol. Foi um lance normal. E a questão do Twitter, eu acho que acabei com o Twitter no momento errado, mas eu queria fazer há muito tempo. Aí acabou que eu estava meio de cabeça quente e acabei desfazendo a conta e gerou um monte de outros assuntos por cima. Acho que esse momento foi um dos mais tranquilos. Quiseram achar uma coisa que não tinha. Infelizmente ocasionou de eu acabar com a conta, mas uma coisa não tem muito a ver com a outra. Acabei porque eu queria acabar, já tinha outra rede social que estava mexendo mais e acabou acontecendo. Mas esse negócio do gol do Paulista também não entendi nem um pouco, porque acho que não foi falha. Quando é falha eu assumo, eu não tenho problema em dizer.

UOL Esporte: Você acha que, de alguma forma, a torcida ou a imprensa pegam um pouco no seu pé?
Júlio César:
Às vezes tem coisas exageradas. Pela grandeza do Corinthians, não adianta você querer agradar todo mundo porque é praticamente impossível. Então, se tem alguém que pega ou que não pega no meu pé eu não vou ficar julgando um ou outro ou ficar me preocupando com isso. Bem ou mal, tem pessoas lá dentro do Corinthians que vão avaliar meu comportamento, meu rendimento no dia-a-dia, e é com essas pessoas que eu tenho de me preocupar.

UOL Esporte: Como foi 2012 para você?
Júlio César:
Foi o ano em que eu tive títulos importantíssimos, também acabei saindo do time, tive alguns momentos ruins, mas creio eu que foram mais momentos bons que ruins, porque além dos títulos importantes, veio o nascimento dos meus filhos também. Foi um ano que ficou marcado na minha vida, vai ficar para sempre marcado. A gente conseguiu um título mundial, coisa rara na vida de um jogador. São poucos os que podem dizer isso. Além dos tropeços, foi um ano muito positivo.

UOL Esporte: O nascimento dos seus filhos foi uma barra muito grande, porque a gestação da sua mulher foi delicada. Como você lidou com isso em meio a tudo o que acontecia na sua vida profissional?
Júlio César:
Foi. Minha esposa ficou 70 dias internada no hospital, então ficava dormindo no hospital e indo treinar. Minha rotina era só essa. Foram 70 dias, gravidez de gêmeos, um pouquinho mais complicada, ela teve de ter muito mais descanso. Eu larguei mão de tudo. Parei minha vida só para treinar e cuidar dela e dos meus filhos. Aí em novembro eles nasceram. Eles nasceram em 25 de novembro e em 3 de dezembro eu já estava viajando para o Japão. Então eu pude ficar oito dias só com eles, matei um pouco da saudade, pude conhecê-los um pouco e tive de viajar. Mas foi por uma boa causa, e tenho certeza que quando eles entenderem bem vão ver que o esforço foi válido, vão ficar orgulhosos de ver que o pai estava indo para o Japão jogar um Mundial. Foi muito bom.

UOL Esporte: Profissionalmente, como ficou sua cabeça quando você perdeu a vaga na Libertadores?
Júlio César:
Ah, ninguém gosta. É um momento muito difícil na vida de um atleta. Você se prepara ser titular, para estar jogando, e foi um momento de perda. Tem de se calar, se fechar, trabalhar e buscar forças nas pessoas que você ama. Eu busco força na minha família, nos meus amigos, em Deus, porque você sabe que não vai poder, a cada quarta e domingo, estar em campo fazendo o que você mais gosta, sentindo aquele frio na barriga. Foi um momento difícil, mas perder a posição para um grande cara, um grande goleiro como o Cássio, ajuda um pouco. Você não está disputando com nenhum vagabundo, com nenhum cara que é mau-caráter. Não, você está disputando com um cara que tem caráter demais, que ajuda bastante, que eu sou amigo, e isso ajuda a fazer as coisas direito.

UOL Esporte: Além do Cássio, como é a sua relação com o Tite? Como ele lidou com você nesse processo?
Júlio César:
Teve uma conversa. Se não me engano, ele me chamou para conversar na quarta-feira. Falou que ia ter de fazer a mudança por uma série de fatores. Eu entendi a mudança, ele me explicou que estaria fazendo isso agora, que tem o maior carinho, que queria que eu seguisse no grupo, que viajasse para o Equador [para o jogo com o Emelec, nas oitavas da Libertadores]. Ele queria contar comigo porque eu era um cara importante. O Tite para mim é como se fosse um paizão no futebol. Me ajudou muito em momentos muito delicados na carreira, tanto dentro como fora de campo. Quando eu preciso de uma orientação, eu bato na porta dele e sei que vou receber um conselho sincero. Tem jogador que quando não joga, o treinador não presta. Para mim não, acho que o Tite sempre vai prestar, porque foi sempre sincero e honesto comigo.

UOL Esporte: É o melhor treinador que você teve?
Júlio César:
Sim, com certeza. Já tive muitos bons, não posso descartar os outros que eu já tive, mas o Tite, pela convivência que eu tenho, pela aproximação, com certeza é o melhor.

UOL Esporte: Hoje, se acontecer alguma coisa com o Cássio, você acha que é a primeira opção do Tite?
Júlio César:
Olha, hoje eu não sei. Porque hoje a gente faz um revezamento, o Tite às vezes coloca um, coloca o outro. Hoje eu não posso te dar essa certeza. Uma coisa que eu posso dizer é que me sinto uma peça importante do grupo. Se ele precisar contar comigo, a primeira opção imediata, o que for, ele pode ter certeza que ele tem um goleiro com quem ele pode contar.

UOL Esporte: Virar a terceira opção do Tite é ruim profissionalmente?
Júlio César:
É ruim, claro que é. Porque você sempre quer jogar ou estar próximo de jogar. Se você não é nem a segunda opção, você tem de trabalhar porque alguma coisa não está certa. Então espero que eu possa ser uma opção logo na sequência, porque a gente tem de estar jogando, não adianta querer tapar o sol com a peneira. Tive algumas propostas para sair e quase saí pela motivação de jogar, e não por qualquer problema com o Corinthians. Se alguma coisa pintar mais para frente, ou se alguma coisa não der certo e eu não estiver sendo aproveitado, é claro que vou preferir sempre estar jogando.

UOL Esporte: Agora você está dizendo que prefere estar jogando, mas no início do ano você disse que preferia ficar aqui no Corinthians e ajudar o grupo, sendo a segunda opção, do que sair e começar tudo de novo em algum lugar. O que mudou?
Júlio César:
É porque às vezes você sabe que se o titular não está jogando, você já logo vai jogar, você sabe que vai ter algumas oportunidades. Mas se a gente faz um revezamento não tem tantas oportunidades. Por isso que no meio do ano eu optei por ouvir algumas propostas. Eu não sei como vai ser daqui para frente, não sei como vai ser ano que vem. Não é que mudou, às vezes a gente se adapta à situação. A gente tem de ver também o lado profissional. Espero que as coisas possam fluir de um jeito que eu possa ficar no Corinthians.

UOL Esporte: Quando o Corinthians foi campeão paulista, o presidente Mario Gobbi disse que você pediu para sair. Como foi essa conversa?
Júlio César:
É porque na época tinha uma proposta muito boa, que era do Vasco. Mesmo não estando em uma situação tão boa, era uma proposta que você tinha de pensar com carinho, porque é um time grande. Então achei que era um momento bom. Por isso conversei com Duílio, Edu, Tite, Roberto e todo mundo para tentar achar uma solução ideal para que eu pudesse ir. Como não pintou, eu achei melhor não ir. O Vasco era um time que me interessava, me deixou feliz. No momento era bacana, mas como não teve, eu optei por ficar.

UOL Esporte: O que impediu o acerto?
Júlio César:
Estava tudo certo, mas foi alguma coisa com a diretoria do Corinthians e com a diretoria do Vasco que acabei nem perguntando também. Apenas me ligaram falando que não estava nada certo. Fiquei um pouco chateado por um lado, mas feliz pelo Corinthians também. Estava tudo finalizado, mas acabou que não deu certo.

UOL Esporte: Te pergunto isso porque a expectativa de todo mundo era que o Corinthians não imporia condições caso você quisesse sair, por conta da sua história no clube. Foi isso que eles passaram para você também?
Júlio César:
Sim, foi. Acho que tem de ser uma coisa boa para todas as partes. Podia ser uma coisa que estava sendo boa pra uma das partes, mas não para todas. Acho que isso foi uma das coisas que impediu. Mas se acontecer algo que vai ser bom pra todo mundo... Ou se for melhor pra todo mundo que eu permaneça no Corinthians, quem sabe.

UOL Esporte: Onde você se imagina daqui a cinco anos?
Júlio César:
Nossa, é muito tempo. As crianças já não vão estar dando tanto trabalho, já vão estar correndo por toda a casa, chutando bola. Me imagino feliz, independente de onde for. Quero estar jogando, independentemente de que clube for, quero estar em um clube que esteja disputando títulos. Conquistando mais, podendo dar cada vez mais orgulho pros meus filhos e a minha família.

UOL Esporte: Você se imagina jogando contra o Corinthians?
Júlio César:
No mínimo é estranho. Vai ser estranho se um dia eu tiver de jogar contra o Corinthians, mas espero que isso demore para acontecer.

UOL Esporte: Na última quarta, o Dida jogou contra o Corinthians e foi aplaudido. Se esse reencontro acontecer, como você acha que a torcida vai te receber?
Júlio César:
Espero que receba bem também, porque eles sabem que sou um cara que gosto muito do clube e sou apaixonado pelo Corinthians, mas se também for de maneira contrária eu entendo por ser adversário. O que eu sei é que vai ser bem estranho.