Embate entre Ceni e Ney Franco causa estranhamento e silêncio entre ex-colegas
![Ney Franco e Rogério Ceni deixam o gramado do Morumbi com a cabeça baixa - Leandro Moraes/UOL](https://conteudo.imguol.com.br/c/esporte/2013/07/04/03072013---ney-franco-e-rogerio-ceni-deixam-o-gramado-do-morumbi-com-a-cabeca-baixa-apos-a-derrota-do-sao-paulo-para-o-corinthians-1372907904038_615x300.jpg)
O inusitado bate-boca público entre Rogério Ceni e Ney Franco foi encarado com espanto por quem já passou pelo São Paulo ou mesmo por quem ainda tem alguma ligação com o clube. Enquanto uma parte faz questão de defender o goleiro e capitão do time do Morumbi, alguns ex-colegas preferem se calar.
Fato é que ninguém nega a influência de Rogério Ceni no clube. Seja no ambiente político ou mesmo dentro do campo, sua ascendência sobre os demais é vista com naturalidade, justificada por sua história no clube. “Meu relacionamento com ele é muito bom. Eu o vi começar. Ninguém pode negar sua influência. O que ele fala tem peso. Mas não acredito que o Ceni tenha interesse em fritar alguém”, comenta o ex-jogador Pintado, referindo-se ao que Ney disse sobre o goleiro minar Ganso.
“No meu caso, não tive nenhum problema com nenhum jogador no São Paulo, a não ser com o Juvenal. Precisa respeitar hierarquia. Por tudo que eu fiquei sabendo deve ter sido muito triste para o Ney Franco. A discussão me deixou perplexo, é muito estranho”, disse o treinador Leão, que passou pelo clube antes de Ney. Vale lembrar que Ceni passou boa parte do tempo lesionado sob o comando de Leão.
Marco Aurélio Cunha, que foi superintendente de futebol do clube e agora faz oposição ao presidente Juvenal Juvêncio, também saiu em defesa do goleiro. “Trabalhei oito anos e meio ao lado do Rogério. Nunca vi interferência negativa que não fosse a favor do São Paulo. Como capitão, ele tem responsabilidades, deveres e ônus. Eu duvido que ele não queira o bem de um talento como o Ganso”, analisou.
Outras diversas personagens que conviveram com Ceni foram procuradas pela reportagem, mas informaram que não queriam comentar o assunto ou não retornaram as mensagens deixadas. Colegas de campo como Luizão, Amoroso, Belleti e Ricardinho,além de treinadores que comandaram o arqueiro no São Paulo, como Ricardo Gomes e Paulo Cesar Carpegiani.
A única voz que destoou a favor de Ney Franco foi do preparador Alexandre Lopes, que trabalhou com o treinador no São Paulo e também foi demitido. “Tudo o que o Ney disse é verdade. Eu assino embaixo sem tirar nem pôr uma palavra. É aquilo mesmo que acontece e aconteceu com a gente”, comentou.
Em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta terça-feira, Ney Franco fez diversas acusações ao capitão tricolor. Um mês após ser demitido do São Paulo, o técnico disse que Paulo Henrique Ganso foi fritado no clube e que Ceni “extrapolou o limite” de um jogador. Nesta quarta, Rogério Ceni rebateu as polêmicas declarações após a derrota da equipe na Copa Suruga e disse que, se dependesse dele, o treinador estaria na rua há muito mais tempo.
O São Paulo chega ao Brasil na sexta-feira e já enfrenta a Portuguesa, pelo Campeonato Brasileiro, no domingo. A equipe busca uma recuperação no torneio. Atualmente, a equipe do Morumbi ocupa a 18ª colocação na tabela e precisa sair da zona de rebaixamento, mesmo objetivo do rival lusitano.
TÉCNICO E GOLEIRO TIVERAM CONVIVÊNCIA TENSA NO SÃO PAULO
Durante um ano, Rogério Ceni e Ney Franco viveram dias tensos no Morumbi. O primeiro atrito público entre os dois aconteceu em outubro de 2012, quando o goleiro e capitão discordou de uma substituição do treinador. Na partida contra a Liga de Loja, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana, Ceni pediu a entrada de Cícero, mas Ney optou pela entrada de Willian José. O goleiro reclamou no campo, durante a partida e irritou o técnico.
“Não aprovo, acho que é cada um na sua, cada um fazendo sua função. Se eu achasse que o Cícero tivesse que entrar eu colocaria, então eu não aprovo”, comentou o treinador na época.
Após o episódio, dirigentes do São Paulo divulgaram que numa conversa a dupla se acertou.
Quando Ney foi demitido, entretanto, Ceni voltou a demonstrar descontentamento com o trabalho do seu ex-chefe. “Zero, zero, zero”, disse o capitão do São Paulo ao ser perguntado sobre o legado deixado pelo técnico em 12 meses de trabalho no São Paulo.
BLOGUEIROS OPINAM SOBRE A DERROTA
Menon
São Paulo ofende história construída no Japão. O grande time, que Juvenal destruiu, merece respeito pelo passado. E bulling contra alguém tão indefeso pode dar até prisão. Leia maisMilton Neves
Ganso joga muito, “cala” Rogério Ceni, mas São Paulo perde do Kashima com gol no apagar das luzes. E, afinal, quem tem razão no duelo entre Ney Franco e o capitão são-paulino? Leia mais
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