Após frustrações, goleiro-artilheiro Lauro curte assédio de semana inesquecível

Lauro nunca recebeu tantos agradecimentos e cumprimentos como tem ocorrido desde a quarta-feira da semana passada. E não poderia ser diferente. Em poucos dias, o goleiro da Portuguesa marcou um gol sobre o Flamengo, o segundo da carreira, e defendeu um pênalti de Rogério Ceni. Nada mal para quem passou mais de um ano sem disputar um jogo oficial.

“Eu até brinquei com um amigo meu dizendo que nunca tive tanto assédio assim. Em todo lugar que vou tem gente chamando, pedindo autógrafo. É uma sensação boa. Foi um pontapé importante para o recomeço de minha carreira", afirmou. 

Os últimos 12 meses foram complicados para o jogador. No segundo semestre de 2012, Lauro ficou afastado por quatro meses na Ponte Preta, clube que o revelou em 2000. Durante o período o atleta só frequentou a academia e fez corridas em volta do gramado - não tocou nenhuma vez na bola.

Fora de campo, o goleiro se separou da ex-mulher e teve de se afastar das duas filhas, que moram em Vinhedo, interior de São Paulo.

De volta ao Internacional no começo de 2013, o goleiro foi reintegrado ao grupo principal, mas novamente não jogou e ficou ainda mais distante das filhas.

Depois dos problemas, Lauro deu a volta por cima e é titular da Portuguesa desde o retorno do Brasileirão, após a Copa das Confederações. Com oito jogos seguidos, um gol marcado no empate com o Flamengo e um pênalti defendido (cobrado por Rogério Ceni) na vitória por 2 a 1, o próprio goleiro diz ser difícil acreditar que seja o momento seja real.

“É difícil acreditar. Por mais que a gente trabalhe para que as coisas aconteçam, é surpreendente viver dois fatos tão relevantes, como marcar um gol e defender um pênalti do Rogério Ceni”, afirmou Lauro ao UOL Esporte.

Lauro estreou pela Portuguesa no dia 6 de julho de 2013 e a última partida dele havia sido em 26 de maio de 2012. Segundo o goleiro, a decisão do seu afastamento foi tomada quando Ocimar Bolicenho assumiu o cargo de diretor de futebol. Mas Lauro admite que não vivia boa fase.

“Houve a troca de diretoria e eu e outros jogadores fomos afastados. Não houve nenhuma explicação. Fui colocado para treinar separado do elenco, só fazia academia e corria. Procurei conversar, mas não houve diálogo. São coisas que acontecem, faz parte do pacote e teve também uma parcela de culpa minha, que não fui bem”, analisou Lauro, que tem contrato com o Inter até o fim de 2014 e fica emprestado para a Lusa até o término do Brasileirão.

Recomeço

No período de afastamento, o goleiro recusou algumas propostas de times pequenos e retornou ao Inter em novembro, onde treinou com o grupo até maio deste ano.

“Aconteceram muitas coisas negativas na minha vida. Quando surgiu a oportunidade de jogar na Portuguesa não pensei duas vezes. Um time tradicional, que disputa a primeira divisão e ainda tenho a chance de estar perto das minhas filhas. Tudo se encaixou. Coisas boas atraem coisas boas”, disse.

E Lauro quer levar o lema “coisas boas atraem coisas boas” para a Portuguesa, que briga mais uma vez contra o rebaixamento no Brasileirão.

“Em toda partida um jogador vai se destacar mais. Desta vez sou eu. E percebo que ajudo o time, espero que motive ainda mais”, afirmou o goleiro. 

O goleiro também já teve momentos ruins na Portuguesa e foi muito criticado após falhar no gol de empate da partida contra o Criciúma.

“A minha preocupação era com o ritmo de jogo, de treino, pois não jogava há um ano. Tive alguma críticas, mas agora engrenei e passo confiança para a minha defesa”, analisou Lauro.