Renato Abreu frequentou escola "fedendo a peixe" para jogar pelo Santos
De Land Rover é fácil, é mole, é lindo. Quero ver descer (e subir) a serra no fundo da Fiorino... e ainda fedendo a peixe. Foi assim, como diz a música de Gabriel Gava – com pequenas alterações -, que Renato Abreu, aos 16 anos, iniciou a sua frustrada tentativa de jogar pelo Santos, seu time de coração.
Dezenove anos se passaram e o jogador, enfim, realizou o sonho de vestir a camisa do clube da Vila Belmiro. Mesmo assim, em sua apresentação, ele fez questão de relembrar os problemas que passou em 1994, quando ainda era apenas um adolescente esforçado e sonhador como tantos outros.
“Eu saía de São Paulo com um amigo meu, Maurício, e um outro, vendedor de peixe. Surgiu uma oportunidade de fazer um teste no Santos, deu certo. Naquela época estudava, descia [a serra] até o CT e subia para ir para a escola”, conta o jogador.
“Nesse tempo acabei disputando o Mundialito, mas não tinha alojamento para todos. E estava ficando cansativo acordar às 4 h para poder vir treinar. Não tinha tempo nem para trocar de roupa. Descia em uma Fiorino e tinha que ir para a escola direto, fedendo a peixe”, afirmou.
A rotina complicada do menino fez com que seu pai procurasse os dirigentes santistas. O pedido por uma vaga no alojamento, no entanto, foi em vão. “Não conseguimos e o sonho foi interrompido”.
Renato não desistiu e sem a tão sonhada chance no Santos, conseguiu dar o pontapé inicial em sua carreira quatro anos depois no pequeno Marcílio Dias, de Santa Catarina. Lá, ainda como atacante, foi expulso em seu primeiro jogo.
O incidente foi apenas um escorregão na carreira de quem já passou por clubes como Guarani, Corinthians, Flamengo e até mesmo seleção brasileira. No coração, portanto, o Santos permanece em primeiro lugar, ainda mais agora.
“Quando você vira profissional isso acaba ficando um pouco de lado. Mas ao retornar, me lembro de quando via o Darci jogar. Guga, Axel, Índio, Copertino e o Edinho no gol. Bons tempos. Minha memória é boa”, gabou-se.
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