"Ressuscitado" por Guardiola no Bayern, Rafinha sonha com a seleção

O início da era Pep Guardiola no Bayern de Munique ficou marcada pelo estranhamento das principais estrelas do clube com os métodos de trabalho novo treinador, sobretudo sua falta de cerimônia para mudar jogadores de posição. Se houve alguém que não reclamou e tão cedo pretende reclamar é o lateral Rafinha. O paranaense de 27 anos passa por uma ‘’ressureição” na equipe alemã depois de uma temporada e meia vivida à sombra de Philip Lahm: no carrossel de Guardiola, o lateral e capitão do clube e da seleção alemã virou meia ocasional, o que abriu espaço para Rafinha.

Utilizado em quatro das seis partidas do time na Liga Alemã, um quinto de sua participação em toda a temporada de 2012/13, ainda na gestão do alemão Jupp Heynckes, o brasileiro está vendo recompensada a aposta de permanecer no clube em vez de procurar oportunidades em outras equipes – seu nome foi ligado a clubes tão diversos como Arsenal (Inglaterra) e Fiorentina (Itália).

Ironicamente, o mesmo treinador responsável pela saída do meia Luiz Gustavo, um dos destaques da seleção brasileira na Copa das Confederações, agora pode abrir caminho para que Rafinha volte a defender o país pela primeira vez desde as Olimpíadas de Pequim, em 2008.

“Sempre ficou claro para mim que as oportunidades na seleção dependeriam do que eu fizesse no clube. O Guardiola testou algumas variações de jogo e o uso do Lahm no meio comigo na lateral foi uma delas. O Lahm é uma instituição aqui na Alemanha, mas espero ter mais oportunidades este ano’’, afirma Rafinha, em entrevista ao UOL Esporte.

Se Guardiola vai ser arrojado ou não na partida desta sexta-feira contra o Chelsea, pela Supercopa da Europa, é outra história. Numa partida em que terá do outro lado seu inimigo figadal, o português José Mourinho, o catalão deverá optar adotar pela a formação herdada por Heynckes, em que o capitão da seleção alemã volta para a posição de origem. O lateral brasileiro, porém, contemporiza, talvez atento ao histórico experimental de Guardiola no Barcelona (2008-2012), quando o volante Javier Mascherano, por exemplo, foi transformado em zagueiro.

‘’Quando vim para o Bayern, em 2011, nunca imaginei que fosse entrar em todas as partidas. O elenco é muito forte e as rotações são normais. Além do mais, a temporada é longa e uma série de fatores podem forçar o treinador a fazer alterações’’, diz o ex-jogador do Coritiba.

Na mais recente convocação de Luiz Felipe Scolari, Maicon foi o nome escolhido para a reserva de Daniel Alves, muito mais pelo passado na seleção do que pela carreira discreta que teve nos últimos três anos e meio. Mais jovem e em evidência num Bayern que atrai muito mais atenção com a presença do ex-treinador do Barcelona, Rafinha espera por uma chance que na equipe principal teve apenas num amistoso contra a Suécia, em Londres, há cinco anos.

Em tese, encaixa-se no perfil de alternativa mais equilibrada taticamente que Alves e seu estilo ofensivo. Tudp é fruto de sete anos no futebol alemão. “Gosto de apoiar, mas tento ser útil na parte defensiva antes de sair para o ataque’’, explica Rafinha, que fez nome na Alemanha jogando pelo Schalke 04 e passou pelo Genoa antes de ir para a Bavária.

O jogo com o Chelsea em Praga é visto por Rafinha apenas como uma chance de mostrar serviço a Guardiola e a Felipão. Embora tenho sofrido junto com os companheiros de Bayern a derrota para o Chelsea, em plena, Munique, na final da Liga dos Campeões de 2012, o lateral se esquiva dos pedidos de vingança feitos por torcedores e a mídia alemã.

“O time deu a resposta com a volta por cima em 2013 (ganhou a tripleta Bundesliga, Copa da Alemanha e Liga dos Campeões). Este jogo com o Chelsea é outra história. Não vamos recuperar o troféu que perdemos em casa em 2012, independentemente do resultado”, pondera.