Botafogo reduz folha em 15% com vendas, mas não economiza 'um Seedorf'
Imerso em uma das piores crises financeiras de sua história, o Botafogo tentou de tudo para manter o elenco competitivo nesta temporada - até mesmo os salários dos dirigentes foram reduzidos em 20%. Tudo para que os cortes não chegassem aos atletas. Mas não houve jeito. Seis jogadores tiveram que ser negociados nesse meio de ano, o que representou uma redução de 15% na folha salarial do futebol alvinegro.
Porém, as vendas de Fellype Gabriel, Andrezinho, Jadson, Antônio Carlos, Henrique e Vitinho, juntas, representam uma economia de R$ 555 mil por mês. Apesar de representar um alívio aos cofres do Botafogo, a quantia ainda é inferior ao salário gasto com Seedorf, que recebe R$ 700 mil. Com as saídas e as novas contratações, casos de Hyuri, Dankler e Elias, a folha salarial do Alvinegro caiu de R$ 3,5 milhões para pouco menos de R$ 3 milhões.
O único arrependimento do Botafogo nessas vendas foi Vitinho. O Alvinegro admite que o objetivo era segurar o atacante até o fim do ano e não negociá-lo com o CSKA Moscou-RUS, que pagou a multa rescisória de 10 milhões de euros (R$ 31,6 milhões). A diretoria optou por não dar um aumento salarial para o jogador após o Carioca e não conseguiu convencer o camisa 31 a renovar seu contrato após forte assédio dos russos com suas boas atuações no Brasileiro.
O restante fazia parte do planejamento emergencial do Botafogo em reduzir sua folha salarial. Nos casos de Fellype Gabriel e Andrezinho, o Alvinegro nem mesmo recebeu sua parte da negociação, já que os R$ 8 milhões de direito foram penhorados pela Receita Federal. Neste caso, o clube economizou R$ 270 mil de salário de ambos os atletas.
Mas as duas negociações que o Botafogo mais ‘comemorou’ foram as de Antônio Carlos e Henrique. A dupla perdeu o status de titular na temporada e ficou no banco de reservas com salários considerado altos. O zagueiro e o atacante recebiam R$ 130 mil cada e não davam o retorno esperado ao Alvinegro dentro de campo.
E o alívio aos cofres parece ter ajudado o Botafogo a quitar grande parte da sua dívida com o elenco. Os jogadores que recebem pela carteira de trabalho estão com os vencimentos em dia. Já os atletas que recebem por direito de imagem estão com apenas o mês de julho atrasado – o de agosto vencerá no dia 20 de setembro.
Representante do CSKA diz que verba de Vitinho não será penhorada
Representante do CSKA-RUS na negociação por Vitinho, o advogado Daniel Cravo, tratou de dar uma boa notícia aos torcedores do Botafogo. Segundo ele, o Alvinegro não terá que se preocupar com um dos vilões da atual crise financeira: as penhoras. Procurado pela reportagem, o clube não se manifestou até o fechamento da matéria.
“Ao contrário do que alguns especialistas, que não participaram das negociações, disseram não houve nenhuma penhora na venda do Vitinho. Não sei dizer o que ocorreu com a verba. Só posso te dizer que não houve penhora alguma”, disse Daniel Cravo, ao UOL Esporte.
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