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STJD alega fatos novos e adia decisão sobre caso de doping de Deco

Ex-jogador Deco durante o primeiro julgamento no TJD-RJ, em julho deste ano - Renan Rodrigues/UOL
Ex-jogador Deco durante o primeiro julgamento no TJD-RJ, em julho deste ano Imagem: Renan Rodrigues/UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/09/2013 14h05

O ex-jogador Deco se aposentou no final de agosto, mas mesmo assim foi julgado na tarde desta quinta-feira, na sede do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), no Rio de Janeiro. Pego no exame antidoping em março, quando defendia o Fluminense, o luso-brasileiro não teve sua sentença conhecida. O órgão alegou novos fatos no processo e remarcou a audiência para o dia 26 de setembro, no mesmo local.

Deco está viajando pela Europa e não compareceu ao julgamento. O presidente da Comissão Antidoping da CBF, Fernando Solera, e a doutora Luciana Jansen, bioquímica, foram as testemunhas ouvidas. Segundo a opinião do especialista da entidade máxima do futebol brasileiro, a quantidade das substâncias dopantes seria pequena pelo fato do ciclo estar no final. A defesa alega contaminação cruzada.

"O que essa farmácia informou é que se houvesse contaminação cruzada a quantidade seria tão pouca que não sensibilizaria as máquinas. Isso que a farmácia quis dizer. Até hoje não temos nenhum relato de contaminação cruzada, por isso acredito que não seja verdade (que houve a contaminação)", disse Solera.

O procurador do STJD Paulo Schimitt disse que seria um equívoco não punir Deco, já que a alegação da defesa era a mesma do meia Carlos Alberto, ex-jogador do Vasco, suspenso por oito meses de suas atividades. Além disso, a doutora Luciana Jansen questionou os exames realizados no laboratório Ladetec, descredenciado no final de agosto pela Wada (Agência Mundial Antidoping).

O luso-brasileiro já havia sido punido em primeira instância no TJD-RJ (Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro) com 30 dias, em junho. Como tinha cumprido a pena de maneira preventiva, foi liberado para atuar, mas decidiu se aposentar após a quarta lesão em 2013. 

Relembre o caso
Deco foi flagrado em exame antidoping por hidrocloratiazida (diurético que combate a hipertensão arterial) e carboxi-tamoxifeno (tipo de hormônio), após a vitória por 2 a 0 sobre o Boavista, no dia 30 de março, pela Taça Rio. O jogador optou por contratar um escritório de advocacia particular, o que gerou nota do Fluminense destacando a decisão pessoal e causando certo constrangimento.

O teste positivo de Deco foi o terceiro em um grande clube Carioca deste ano. O primeiro caso foi do meia Carlos Alberto, pego na vitória cruzmaltina sobre o Fluminense por 3 a 2, na semifinal da Taça Guanabara. Depois, foi a vez do atacante Michael, também do Fluminense, que admitiu uso de cocaína e ainda não foi julgado. O contrato do luso-brasileiro se encerra no final deste ano, mas com opção de renovação por mais uma temporada.