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Ex-jogador Esquerdinha pede pena branda a irmão "massagista-goleiro"

Esquerdinha, massagista do Aparecidense que evitou gol do Tupi, dá entrevista ao Fantástico Imagem: Reprodução

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

10/09/2013 06h00

O atacante Ademilson e o massagista Romildo Fonseca da Silva já tinham um aspecto comum antes do último sábado, quando protagonizaram um lance polêmico em partida válida pela Série D do Campeonato Brasileiro. Quando defendeu o Botafogo, o jogador do Tupi-MG foi companheiro de elenco do meia Esquerdinha, irmão do profissional do Aparecidense-GO. Intersecção entre ambos, o ex-atleta pediu desculpa ao time mineiro e uma pena branda ao parente.

“O meu irmão merece ser punido, mas por dois ou três jogos. Dar dez ou 12 jogos de punição a ele seria um exagero. Já vi coisas piores no futebol e nada aconteceu”, disse Esquerdinha, que era meia-esquerda e teve uma passagem de algum destaque pelo São Caetano.

As trajetórias de Ademilson e Romildo, que também é conhecido como Esquerdinha, se cruzaram no sábado. Tupi-MG e Aparecidense-GO empatavam por 2 a 2 em jogo válido pela Série D do Campeonato Brasileiro, e os mineiros precisavam de um triunfo para avançar na competição. Aos 44min do segundo tempo, o atacante chutou uma bola que resultaria num gol, mas o massagista invadiu o campo e defendeu a bola duas vezes.

“O Ademilson, que ia fazer o gol, jogou comigo no Botafogo. Quando souber que foi o meu irmão que impediu o gol dele, talvez fique chateado. Peço desculpas a ele e a todos do Tupi-MG”, afirmou Esquerdinha.

Um ano mais velho do que o massagista do Aparecidense-GO, o Esquerdinha original falou com o irmão ainda no sábado: “Ele ligou primeiro para a esposa, Luciene, que está em Bebedouro, e depois ligou para mim. Disse que queria ajudar o time e que não pensou nas consequências. Eu não queria que isso tivesse acontecido com ele”.

Na última segunda-feira, o “massagista-goleiro” relatou ao UOL Esporte que pensou que seria demitido e que teve medo de morrer. Ele estava perto da trave porque havia sido chamado para atender o zagueiro Elder, que defende o Aparecidense-GO.

Em vez de sair depois do atendimento, o Esquerdinha caçula Aproveitou o posicionamento e interceptou o chute de Ademilson. O massagista deixou o campo correndo muito.

“Já imaginou se ele escorrega? O pessoal mataria ele. Ainda bem que o homem é bom de corrida, viu? Ele foi maratonista e correu a São Silvestre em 1994 e 1995”, contou o irmão mais velho.

Depois da intervenção do massagista Esquerdinha, o procurador-geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Paulo Schmitt, disse que o caso será enquadrado no artigo 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

“O que aconteceu é passível de punição para o massagista e para o clube. Houve uma interferência no resultado do jogo, que precisa ser repetido. Foi-se o tempo em que o sujeito entrava no campo, mudava o resultado e não sofria nada. Não é justo. Haverá um julgamento, e eu entendo que é prudente a suspensão dos jogos do grupo até que isso seja resolvido”, declarou o procurador-geral.

 

Em defesa do irmão mais novo, porém, o ex-jogador Esquerdinha ponderou que a interferência do massagista não foi a única irregularidade no lance: “Ele estava encostado na trave, e o auxiliar tinha de invalidar o lance no início. Ele precisava ter avisado o árbitro e interrompido o lance antes do chute”.

 

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