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Sucesso da novela das 21h, Palhacinho largou o futebol após grave acidente

Daniel Marcusso

Do UOL, em São Paulo

12/09/2013 06h00

Destaque da trama global das 21h, Amor à Vida, Anderson di Rizzi vive o maior sucesso de sua carreira artística até agora. E não é que esse cenário jamais passaria pela cabeça do ator que interpreta o personagem Carlito, mais conhecido como “Palhaço” ou “Palhacinho”, na novela? Na cabeça do menino de oito anos só havia uma vontade: a de ser jogador de futebol profissional. “Eu jogava bem pra caramba”, contou o ator, em entrevista ao UOL Esporte.

“Desde os oito anos, quando ainda morava com minha família em Campinas, meus pais me colocaram cedo em uma escolhinha de futebol, mas não daquelas para aprender, mais para treinar mesmo. Chamava Chuteira de Ouro, não sei se ainda existe”, relembra. Na pré-adolescência, partiu para o “Clube do Bonfim”, onde, aos 14 anos, recebeu o convite para integrar o time do Guarani.

“Foi a maior comoção na família. Não ia fazer teste nem nada. Fui convocado. Ia começar a treinar no início do ano seguinte.” Passadas as férias e voltando para Campinas de carro com os pais, um acidente acabou mudando o curso de sua vida. “A coisa foi meio feia e eu estourei o tendão do pé. Foi tudo meio na urgência e a cirurgia foi feita em um hospital que a gente não conhecia. Passei um ano sentindo muitas dores e tendo que fazer fisioterapia.”

Já com 15 anos, sem chances de voltar a jogar futebol, Anderson foi a procura de outro emprego e passou a trabalhar no INSS. “Foi uma decepção. Rolou ainda um teste na Ponte Preta, mas não deu certo. Então tive que começar a trabalhar. Do INSS foi ser assistente de personal trainner em uma academia, onde foi convidado para trabalhar em uma agência de eventos, como modelo. Logo percebeu que tinha que se mudar para São Paulo. “Fui para uma pequena temporada e acabei dois anos enchendo o saco de uma tia, morando na casa dela”, se diverte.

Nesse tempo, entre eventos, figurações em comerciais e programas de TV, foi crescendo a vontade de atuar. Estudou em escolas de interpretação, fez faculdade e cursos, até que acabou ganhando seu primeiro papel fixo em uma novela da Globo, o sargento Xavier, de Morde & Assopra, em 2010. “O futebol agora se tornou uma diversão. Adoro jogar bola, mas hoje em dia me canso muito mais rápido. Fora o receio de machucar o pé.”

Anderson também evita participar dos famosos "futebol de churrasco" para não correr riscos de sofrer algum acidente que possa atrapalhá-lo em seu trabalho.

Da época em que o futebol ainda era o seu sonho, lembra dos ídolos: “Zico, Maradona, principalmente na Copa de 86, Romário, Bebeto...”. Torce para o São Paulo, mas não é fanático. “Eu gosto de um bom jogo de futebol. O São Paulo agora está numa pior, os amigos me enchem o saco, mas eu não ligo. O que gosto mesmo é de ver bons jogos. Um Corinthians e Santos, jogos das seleções da Argentina, da Inglaterra. Os da seleção brasileira, claro.”

E se o acidente não tivesse acontecido? “Eu não sei. Mas uma coisa que hoje, mais velho, eu enxergo, é que eu era muito nervosinho, de brigar com juiz, qualquer esbarrão querer discutir, algo que tirava um pouco o foco do futebol, em si. Hoje em dia sou tão tranquilo. Vou trabalhar feliz, volto feliz. Sou um ator fácil, não arranjo problemas. Algo que aprendi com o tempo.”