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Pré-temporada maior, investimentos e boas contratações deixam Minas no topo

Torcedores de Atlético-MG e Cruzeiro têm motivos para comemorar desempenhos de seus times em 2013 - Marcus Desimoni/UOL
Torcedores de Atlético-MG e Cruzeiro têm motivos para comemorar desempenhos de seus times em 2013 Imagem: Marcus Desimoni/UOL

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte *

27/09/2013 06h00

A liderança disparada do Cruzeiro no Brasileirão, depois do título da Libertadores, conquistado de forma inédita pelo Atlético-MG, coloca Minas Gerais no topo do futebol brasileiro, ‘desbancando’ o poderio do eixo Rio-São Paulo e a força do Rio Grande do Sul.

Tradicionalmente, os dois maiores rivais se alternaram. Quando um viveu momento de alta o outro esteve em baixa. Porém, a temporada de 2013 mostra situação diferente. O Atlético chegou ao ápice, conquistando o título mais importante do ano para o futebol brasileiro e ainda se credenciando para a disputa do Mundial, em dezembro, no Marrocos. No cenário nacional, o Cruzeiro apresenta os melhores futebol e resultados.

O bom momento dos clubes juntos deverá levar os dois rivais mineiros a disputarem juntos, pela primeira vez na história, a Libertadores, em 2014. Nas 18 participações envolvendo Atlético ou Cruzeiro, os dois clubes nunca estiveram na mesma edição. O alvinegro já tem vaga garantida, enquanto o time celeste ainda não está assegurado matematicamente, mas está quase lá.

Em 2003, ano em que o futebol mineiro ganhou o último título nacional, conquistado pelo Cruzeiro, o Atlético fez campanha razoável no primeiro ano de pontos corridos, terminando o nacional em sétimo. Porém, a melhor campanha do maior rival fez o time, coadjuvante no Brasileirão, demitir o técnico Celso Roth.

Nos últimos dois vice-campeonatos do Brasileirão, conquistados por Cruzeiro e Atlético, os dois rivais comprovaram a inversão de momentos. Em 2010, o time celeste brigou pelo título até a última rodada, ficando dois pontos do Fluminense. Mas o Atlético lutou contra a queda, terminando em 13º, com 45 pontos.

No ano passado, a situação se inverteu. Também com Cuca como treinador, o Atlético foi o vice-campeão nacional, atrás justamente do Fluminense. Já o Cruzeiro não chegou a se tornar um candidato ao G4, mas também não se preocupou com o rebaixamento, ficando em nono lugar no comando de Celso Roth, mas com campanha sem brilho e destaque, apenas como coadjuvante.

Para o técnico Cuca, a temporada atual mostra o futebol mineiro se preparando melhor do que os times de São Paulo e Rio de Janeiro “Foi a manutenção de trabalhos, de jogadores. O Atlético vem com este trabalho há quase três anos. O Cruzeiro mudou, mas montou um elenco forte. É bom para o futebol mineiro e tomara que isso se repita nos próximos anos”, disse.

A preparação diferenciada no começo da temporada é uma das justificativas para o bom ano. O campeão da Libertadores e o Cruzeiro, atual líder do Brasileirão, disputaram um Estadual mais curto, com apenas 15 datas, situação bem diferente do resto do país. Com isso, a pré-temporada foi maior e os clubes tiveram as semanas livres para treinar e descansar, sem jogos pelo Campeonato Regional de 2013.

O diretor de futebol atleticano, Eduardo Maluf vê méritos dos clubes nas montagens do elenco. “O Futebol mineiro já vem em alta desde 2010. Este ano chegou para ser campeão. As principais contratações vieram para Minas Gerais. O Atlético montou um time forte, um elenco que deu opções para o Cuca. Não é por acaso que os resultados apareceram”, afirmou.

A presença de Ronaldinho Gaúcho, que disputa a sua primeira temporada completa pelo Atlético-MG, mudou o cenário de Minas Gerais. O Cruzeiro apostou na volta de Júlio Baptista, que ainda procura se firmar.

 “Acho que pode significar uma nova fase no futebol mineiro. Aos poucos os dois times estão crescendo e títulos são importantes para mostrar isso. O Cruzeiro e o Atlético precisarão manter o bom momento no restante desta temporada e nos próximos anos, onde terão mais pressão para terem grandes campanhas”, admitiu o gerente de futebol celeste, Valdir Barbosa.

O volante Henrique também aponta os “investimentos” feitos pelos dois clubes como o responsável pelo destaque mineiro. “O Atlético fez contratações importantes, o Cruzeiro também. Acho que só valoriza o estado de Minas Gerais pelas equipes que formaram,. Então, com isso só tem a ganhar o torcedor mineiro e Minas Gerais”, destacou.

* Colaborou Dionízio Oliveira