Topo

C. Alberto Torres defende fim dos Estaduais, mas vê exagero no Bom Senso FC

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

14/10/2013 16h56

O capitão do tricampeonato mundial da seleção brasileira, Carlos Alberto Torres, definiu o movimento chamado Bom Senso F.C. como exagerado. Na visão do ex-lateral, a reclamação dos jogadores tem o foco errado. Ao invés de pedir menos jogos no calendário brasileiro, o grupo deveria solicitar melhores condições de deslocamento. Ele, no entanto, concorda com os atletas sobre os problemas dos campeonatos Estaduais e opina: os regionais já deveriam ter terminado.

“É um movimento legítimo, mas acho um pouco exagerado. Não tive o trabalho de conferir o número de jogos na Europa, mas não fica muito longe do que temos aqui por ano. Na minha opinião, o problema principal são os deslocamentos”, disse Carlos Alberto Torres após participar do Seminário Futebol do Futebol, em Porto Alegre.

Campeão da Copa do Mundo de 1970, o ex-jogador de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Santos usou o próprio exemplo para sustentar a tese. Segundo ele, quando assumiu o comando do Paysandu, passava muitas horas dentro do avião para se deslocar de Belém para outras cidades.

“Nós não temos mais voos diretos. Fecharam a Varig. Quando me convidaram para trabalharam em Belém, eu ficava quase 10 horas dentro do avião e em aeroportos. O desgaste que se tem no aeroporto, no deslocamento até o hotel, é pior do que o do jogo em si”, afirmou.

Ao mesmo tempo em que critica o movimento criado pelos jogadores, Carlos Alberto Torres compartilha de um dos pontos centrais do Bom Senso F.C: a mudança na disputa dos Estaduais.

“Pela evolução do futebol, pelo crescimento do Brasileirão e da própria Libertadores, acho que os Estaduais já tinham que ter acabado. Ou, no máximo, fazer os times menores jogarem entre si e depois enfrentarem os grandes”, comentou Torres.