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Evo Morales admite ter intercedido por corintianos presos em Oruro

Evo Morales, presidente da Bolívia, admite ter intercedido por torcedores do Corinthians presos em Oruro - Antonio Cruz/Agência Brasil
Evo Morales, presidente da Bolívia, admite ter intercedido por torcedores do Corinthians presos em Oruro Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

14/10/2013 17h47

Evo Morales, presidente da Bolívia, admitiu nesta segunda-feira ter intercedido para a liberação dos 12 torcedores do Corinthians que foram presos em Oruro neste ano. Eles foram detidos por causa da morte de Kevin Beltrán Espada, 14, torcedor do San José, em jogo contra o time alvinegro na fase de grupos da Copa Libertadores.

A revelação de Morales aconteceu numa entrevista coletiva em que a Justiça boliviana dominou os assuntos. Ele foi questionado sobre o quanto o Poder Executivo do país interfere nas decisões dos tribunais, disse que isso não é comum e usou como exemplo o caso de Oruro.

“Escutei comentários de que a Justiça por aqui está submetida ao Poder Executivo. Quero dizer a vocês, com muita sinceridade, que eu me comuniquei com o Fiscal Geral sobre o tema Corinthians. Foi a única vez, e só porque o assunto vinha trazendo conflitos diplomáticos e bilaterais”, disse Morales.

Kevin Beltrán Espada morreu após ter sido atingido no rosto por um sinalizador disparado da arquibancada ocupada por torcedores do Corinthians no jogo contra o San José, no dia 20 de fevereiro deste ano. A polícia boliviana deteve 12 adeptos da equipe brasileira que estavam no estádio – dois foram acusados de assassinato, e outros dez foram indicados como cúmplices.

Os torcedores do Corinthians sempre declararam inocência. A situação ficou ainda pior quando um garoto de 17 anos se apresentou à Justiça brasileira e disse ter sido o autor do disparo do artefato que atingiu Kevin Espada.

A Justiça boliviana liberou sete torcedores no início de julho. Os outros cinco deixaram a prisão de Oruro apenas em agosto.

“Eu pedi que se faça justiça de verdade”, explicou Morales. No entanto, o presidente não eximiu todo o grupo de culpa: “Um deles pode ser culpado”.