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Ex-presidente diz que Grêmio dá calote em parceira e Koff responde: "Gênio"

Do UOL, em Porto Alegre

21/10/2013 18h34

Ouvir o atual e o ex-presidente do Grêmio sobre a Arena é ter opiniões antagônicas do mesmo tema. Enquanto Fábio Koff considera o contrato firmado perverso ao clube, Paulo Odone diz que o Tricolor fez um ótimo negócio. Nesta segunda-feira, mais um capítulo desta briga interna teve declarações fortes de parte a parte.

"O Grêmio, no início do ano, aplicou calote na OAS. Pediu e aceitou dinheiro deles. Não pagou o que deveria. E a cada trimestre aparece com déficit de R$ 30 milhões. Já estão em R$ 60 milhões e podem chegar a uma conta maluca de R$ 90 milhões na próxima reunião do Conselho Deliberativo", disse o Odone à Rádio Gaúcha.

No domingo, Koff afirmou que o contrato é perverso ao Grêmio, que necessita pedir autorização para treinar e paga para usar o novo estádio, inaugurado em dezembro passado. Nesta segunda, Odone rebateu tudo isso.

"Eu nunca vi um contrato tão bom quanto este para o Grêmio. Só uma das partes assume um eventual prejuízo, que é a OAS. E por 20 anos o Grêmio lucra dois terços com o estádio. Não precisa pedir licença para treinar. É só comunicar. Não é necessária agressão pelo microfone. É só comunicar", falou.

As declarações de Paulo Odone foram rapidamente repassadas a Fábio Koff, que respondeu no mesmo tom. O atual presidente gremista lamentou a postura de seu antecessor e voltou a criticar o contrato firmado no ano passado.

"Nunca vi um ex-presidente assumir uma postura contrária ao clube. O Grêmio pleiteou uma redução nos ingressos. Não foi concedido. Mandaram informar que não fariam isso. Isso detonou todos os problemas. O Grêmio é muito grande para não reagir. Reagi e reagirei sempre. Não estou referindo nada pessoal, mas o ex-presidente age como se fosse um gênio, tivesse descoberto a pólvora", afirmou Koff à Rádio Guaíba."Estou negociando há nove meses mudanças no contrato. Quando foi para concluir o negócio vejo um ex-presidente ser contrário aos interesses do Grêmio", completou.

Koff foi além e disse que o clube não lucra um centavo com sua nova casa. Além de referir pessoas que trabalham lá como inimigos e voltar a rejeitar o contrato.

"O Grêmio  não vai ganhar um centavo durante 8 anos. E quando vai lá, parece que não é seu, que quem está lá é inimigo. Não vou falar sobre este aspecto. Não tenho como duvidar de quem quer que seja. O contrato é muito mal elaborado, mal feito, e com obrigações adquiridas sem o consentimento do presidente que assumiria depois. Quero ver me provarem uma reunião do Conselho em dezembro. Não houve análise do Conselho do Grêmio sobre a área do CT, e outras questões que foram acertadas em dezembro. Me provem, que eu publicamente peço desculpas. Mas não tem como provar, pois não houve", finalizou.

Em meio a essa briga interna, o Grêmio joga em casa na quarta-feira, contra o Corinthians, às 22h, em jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil. O clube pediu, mas não foi autorizado a reduzir o preço dos ingressos, que variam de R$ 40 a R$ 160. Mesmo assim a expectativa é por boa presença dos aficionados no duelo.