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Valorizado pelo mercado, Maluf vê trabalho consolidado com êxito atleticano

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Vespasiano (MG)

22/10/2013 06h00

Braço direito do presidente Alexandre Kalil no que se refere ao comando do futebol do Atlético-MG, Eduardo Maluf é frequentemente disputado por outros grandes clubes brasileiros e chegou a recusar proposta de trabalho da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) no início deste ano. No clube mineiro, o trabalho do dirigente voltou a render frutos, com a conquista dos títulos da Libertadores e Mineiro, tornando-se peça importante para manter a tranquilidade e bom relacionamento da diretoria com atletas do elenco.

No começo desta temporada, por exemplo, Eduardo Maluf foi alvo do interesse de Fluminense e Flamengo, que tentaram contratá-lo, repetindo situações que já tinham acontecido em 2010 e em 2012. A CBF fez proposta para que o diretor de futebol assumisse cargo na seleção brasileira. Porém, todas as ofertas forem recusadas pelo diretor de futebol atleticano. 

“Acho que o meu momento no Atlético não tinha acabado, o trabalho tinha de continuar. A parceria com o Kalil, com o Cuca é muito boa, e achava que não era hora de encerrar, por isso não aceitei e decidi ficar e fiz a escolha certa”, disse Eduardo Maluf, em entrevista ao UOL Esporte.

Mais do que não aceitar deixar o Atlético, o dirigente renovou o seu vínculo até o final de 2013. E a parceria, elogiada por Eduardo Maluf, com Alexandre Kalil e Cuca rendeu frutos na atual temporada. O clube mineiro foi bicampeão estadual e alcançou o maior feito, o título da Libertadores, conquista mais importante da história do clube.

“Futebol quem comanda é o presidente, diretor de futebol e quem toca tudo dentro de campo é treinador. A gente discute o nome que a gente quer trazer, quem a gente quer tirar”, explicou Cuca, que tem contato diário com Eduardo Maluf.

O treinador reconhece a importância de Maluf no dia a dia do Atlético. “Tudo a gente conversa com ele, é uma parceria. Contratamos pouco, não foi muito, fizemos uma montagem certa. Tudo o que conquistamos este ano é fruto de uma boa montagem”, observou.

O título da Libertadores reforçou o trabalho do dirigente e o motivo da concorrência da sua contratação. Maluf é o homem forte do futebol alvinegro, responsável em contratar jogadores e participar de negociações. Mas no Atlético, o diretor faz mais e trabalha diretamente com outros assuntos relacionados ao futebol e competições, além de ser o responsável em moldar o relacionamento com os jogadores.

Nas principais decisões tomadas no Atlético-MG, Maluf está presente. O dirigente faz o elo entre comissão técnica, jogadores e o presidente Alexandre Kalil. O mandatário alvinegro já chegou a afirmar que o diretor é o “porteiro” da Cidade do Galo, por ter o poder de decisão do que acontece no dia a dia do clube.

“O CT é a casa do time, é onde tudo acontece, é importante se ter um clima de tranquilidade. A relação é fácil, temos regras e todos sabem quais são e que é preciso seguir. Mas o grupo é muito bom, são grandes profissionais”, destacou Maluf.

  • Brunbo Cantini/Site do Atlético-MG

    Uma das principais tarefas do diretor de futebol do Atlético-MG, Eduardo Maluf, passa pelo contato direto com os jogadores, como no caso de Diego Tardelli, um dos destaques do time

O dirigente mostra no Atlético a facilidade de trato com jogadores, conseguindo manter a tranquilidade nas relações e o bom clima na Cidade do Galo, mesmo com atletas renomados e alguns com histórico de problemas disciplinares em suas carreiras, casos de Diego Tardelli, Ronaldinho Gaúcho e Jô, entre outros.

“É uma grande pessoa, que é importante, é fácil de tratar com ele, está sempre no dia a dia do clube. Todos gostam dele e o respeitam, é importante para qualquer clube”, avaliou Jô.

 “Já conheço o Maluf desde a primeira passagem, tivemos contato em 2010 e agora mais ainda. É uma pessoa importante para o Atlético, que tem a confiança de todos”, observou o atacante Diego Tardelli.

Eduardo Maluf chegou ao Atlético depois de ser dispensado pelo então presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, em 2010. Desejo antigo de Alexandre Kalil, o dirigente retornou ao time mineiro depois de 10 anos da sua primeira passagem pelo clube. O começo não foi o esperado, quando o alvinegro mineiro lutou contra o rebaixamento nos brasileiros daquele ano e em 2011, ficando bem distante dos títulos.

Em momento bem diferente na carreira, participando do planejamento para disputar o primeiro Mundial de Clubes, que acontecerá em dezembro, no Marrocos, o diretor viajou para Marrakesh no início deste mês e participou de decisões e reuniões com membros da FIFA e dirigentes alvinegros.