Com briga e choro, Patricia escapa de punição por contas irregulares no Fla
Patricia Amorim escapou de um processo disciplinar no Conselho Deliberativo do Flamengo que poderia até mesmo expulsar a ex-presidente dos quadros do clube. Após uma reunião muito tumultuada que durou mais de 5h30, os conselheiros rubro-negros optaram por não aprovar um relatório que apontava contas irregulares da antiga mandatária, que chegou até mesmo a justificar gastos de 2011 com uma nota fiscal de 1994.
Com isso, não foi possível a abertura de um novo inquérito e um processo disciplinar para punir os responsáveis pelas contas que não foram prestadas devidamente.
Com direito a choro de Patricia Amorim e algumas brigas entre seus correligionários e membros da situação, o documento que apontava as irregularidades foi reprovado pela maioria dos conselheiros – 170 votaram contra a abertura de um inquérito por conta dos números do relatório, enquanto apenas 133 desejavam ver um processo disciplinar para julgar os responsáveis. Houve ainda 11 abstenções.
Presidente do Conselho Deliberativo, Delair Dumbrosck detalhou a reunião e contou os próximos passos sobre as polêmicas contas de 2011.
“Diante dessa votação do Conselho, vamos arquivar o documento. A maioria entendeu que não deveríamos aceitar o parecer. Temos que acatar. Agora chamarei uma nova reunião para aprovar as contas, que tinham ressalvas quando foram votadas pela primeira vez. Desta vez, observamos as ressalvas e decidirmos que ninguém deveria ser punido. Certo ou errado, todos que estiveram na reunião votaram. Isso é um democracia”, salientou Delair.
Mobilizações opostas
O resultado, inesperado para boa parte dos membros da diretoria, se deu principalmente pelas mobilizações opostas dos grupos envolvidos. Enquanto os aliados de Patricia formaram uma "força tarefa" para defender a ex-presidente e lotaram o salão nobre da Gávea, os principais componentes da atual gestão não estiveram no local. Da alta cúpula, apenas o presidente Eduardo Bandeira de Mello compareceu.
Figuras como o vice de marketing Luiz Eduardo Baptista, o vice de futebol Wallim Vasconcellos e o vice de finanças Rodrigo Tostes não marcaram presença. Tal cenário foi refletido na votação, com Patricia Amorim tendo a maioria das "cadeiras" na noite.
A reunião
Primeiramente, de maneira pacífica, foram apresentadas as análises das contas do ano de 2011 da gestão Patricia Amorim, revelando as irregularidades em quase R$ 1,6 milhão. Na sequência, porém, o clima esquentou.
Durante a defesa dos acusados [Patricia Amorim, o ex-vice de finanças, Michel Levy, o ex-presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro, e o ex-contador do clube, William Pereira], sobraram acusações e brigas políticas. Em um certo momento, apoiadores da ex-presidente trocaram empurrões com membros da situação.
Em seu discurso, Patricia cobrou respeito dos membros do Conselho Deliberativo, falou que sofreu danos morais durante o processo de apuração das contas e ameaçou entrar com um processo em defesa de sua honra. Além disso, afirmou que se sentiu traída pelo seu “maior amor”, o Flamengo. No fim, emocionada, ela não segurou as lágrimas, chorou bastante e viu o público presente se dividir entre aplausos e vaias.
Após as defesas, membros de antigas diretorias pediram a palavra e tumultuaram ainda mais o ambiente. Leonardo Ribeiro, presidente do Conselho Fiscal na gestão de Patricia, se envolveu em nova confusão e trocou empurrões com outros conselheiros que pediam punição exemplar ao quarteto.
Por fim, por volta de 23h30, com o clima mais calmo, a votação começou. E aconteceu o que muitos não esperavam. Com apoio de 170 conselheiros dos mais antigos, Patricia conseguiu evitar a abertura de um inquérito para apurar as contas irregulares e, consequentemente, a instalação de um processo disciplinar que podeira até mesmo expulsá-la da Gávea.
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