Forlán pede para falar, cita números no Inter, desabafa e contesta críticas

Vivendo um momento de reserva no Internacional, o atacante Diego Forlán aproveitou a falta de compromissos durante a semana para o Inter e pediu para ser o entrevistado da manhã desta quarta-feira após o treino no CT. Munido de números e demonstrando inconformidade, o uruguaio contestou as críticas que vem recebendo de parte da torcida e da imprensa nos últimos meses.

“Queria vir falar com vocês porque tem saído muitas matérias sem ter feito as pesquisas corretamente. Fiz as pesquisas e gostaria que escrevessem bem os números. Publicaram que não faço gol há dois meses. Tem razão, mas se olhar os dois meses, fui titular no dia 6 contra o Coritiba. Machuquei com a seleção e não voltei a ser titular. Fiquei três semanas me recuperando e falam em dois meses. Saí duas vezes com a seleção e daí são 40 dias menos sem jogar com o Inter. Quando voltei, atuei no empate contra o Atlético-PR e o Dunga não me colocou mais de titular”, afirmou Forlán.

Assim que Clemer assumiu como interino, os dois conversaram e o técnico teria afirmado que o desejo era utilizá-lo como titular. Porém, ao ficar sabendo que ele iria se apresentar no dia seguinte a seleção, optou deixar o uruguaio como opção, pois necessitava dar conjunto ao time e precisava reagir no Brasileiro. O tema calendário, com jogos das competições nacionais nas datas Fifa,  e a falta de continuidade no clube foi um dos pontos tocado pelo atacante.

“Cada vez que vou para a seleção perco três ou quatro jogos com o Internacional. É normal que o Dunga preferia colocar jogadores que tem condições de jogar todas essas partidas. Quando ele foi embora, chegou o Clemer, conversamos e ele explicou que precisava dar continuidade ao time. Entendo a situação, compreendo e obrigado pelo diálogo. Não é a primeira vez que acontece isso comigo. Respeito o treinador e a minha relação com Clemer é muito boa. Ele tem outra escolha de jogadores. Não pelo baixo rendimento de Forlán. Isso que não gosto. Forlán não tem rendimento físico, já tem 34 anos, fisicamente não estava como antes, no início da temporada estava muito bem e que não tem jogado. Sei que esquecemos rápido, mas tão rápido? Fiz muitas viagens com a seleção. Fui ao Japão, fui ao Catar, as viagens na Copa das Confederações foram longas e no clube também. Não tive férias, casei e, no dia seguinte, estava aqui para jogar. São muitas coisas. Não é que o rendimento do Forlán baixou, é que a escolha do técnico é outra. Não tem problema. Neste ano, fiz 2651 minutos, o que equivale a mais ou menos 30 jogos e fiz 17 gols. A média é a mesma de 2009 e 2010 com o Atlético de Madrid, quando  fomos campeões da UEFA”, declarou o uruguaio.

Forlán admitiu que não teve um bom rendimento em 2012, quando chegou ao clube, pela readaptação ao futebol sul-americano e por ser o primeiro ano no Brasil, depois de 11 na Europa. Nos seis meses do ano passado, esteve em campo 1.353 minutos e marcou cinco gols. Porém, exaltou a boa pré-temporada que fez em 2013, o bom rendimento nos primeiros seis meses e por ter sido o primeiro goleador estrangeiro do estadual após 71 anos.

“O Forlán está no Inter, contente e com muita vontade de ajudar o time. Desgraçadamente, eu tenho que ir embora. Podia, mas não vou jogar no domingo porque tenho que servir a seleção. O Brasileiro é um dos poucos campeonatos do mundo que não para [nas datas Fifa]. É normal que o treinador opte por outros jogadores, ele tem que pensar no time.  Não é porque estou jogando em um nível baixo. Joguei poucos jogos, menos de quatro jogos. Não são dois meses sem fazer gol. Não tenho continuidade e assim é mais difícil de fazer. A estatística é essa. Depois de analisa-los, vocês podem criticar se estou jogando bem ou mal, mas os números são esse. Na minha carreira toda é assim, dois jogos e um gol. No Inter, são 54 jogos e 22 gols”, complementou o atacante.

Desde o dia 25 de setembro, Forlán inicia como titular do Inter, mas entrou em quatro oportunidades, contra Vasco da Gama, Grêmio, Fluminense e Atlético-PR, na Copa do Brasil. Na sexta-feira, se apresenta para servir a seleção do Uruguai na repescagem da Copa do Mundo contra a Jordânia. Desta forma, ficará fora dos jogos contra Botafogo, Atlético-MG e Goiás.