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Seedorf sugere início do Brasileiro em fevereiro e estadual alongado

Renan Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro*

10/12/2013 13h34

O meia Seedorf, do Botafogo, revelou sua proposta sobre o calendário do futebol nacional para 2015: início do Brasileirão em fevereiro e estadual alongado, com finais em outubro. O armador fez a proposta em reunião do Bom Senso FC, movimento que ele apoia. O torneio nacional teria dez meses, com jogos intercalados do estadual e de outras competições.

“Quando estava na CBF com representantes do Bom Senso, notei que o grande medo de todos é perder o Estadual, que as receitas são importantes e revela jogadores. Mas não é tirar, apenas distribuir os jogos de maneira diferente. Se o Brasileirão começa no início do ano, você adianta estadual e coloca as finais em outubro. Valoriza o regional, vai poder escalar time completo”, disse Seedorf durante o Footecon, fórum esportivo realizado no Rio de Janeiro.

O holandês dividiu a bancada com o gerente de futebol Felipe Ximenez, o técnico Vágner Mancini, do Atlético-PR e Américo Faria, diretor do Boavista e ex-supervisor da seleção brasileira. Para Seedorf, o atual calendário prejudica a qualidade técnica por jogos em um curto espaço de tempo. Ele diz acreditar que a mudança também beneficiaria os técnicos.

“Ninguém pode melhorar um time apenas na conversa, mostrando imagens. Tem que ir a campo, repetir, treinar. Mas por sorte as coisas acontecem, pelo talento, e não se faz nada. Os clubes não iriam mandar treinador embora rapidinho como acontece atualmente”, completou o camisa 10 do Botafogo, que tem contrato até junho de 2014.

Viagens longas
As dimensões do país e organização dos jogos também foram alvo do holandês, que pediu uma adaptação dos longos trajetos ao calendário, evitando viagens muito cansativas.

"Na Itália a gente viaja no máximo 1h30. Aqui tem voo de cinco horas, espera no aeroporto horas, não descansa direito. Ai começam a criticar jogadores, que enfrentam outro problema, o emocional, o psicológico. E o torcedor tem um espetáculo ruim. Estádio vazio tem muito a ver com isso. Tem muito jogo", completou Seedorf.

Américo discorda de Seedorf
Se o jogador holandês considera que o número de partidas no futebol nacional é alto, o ex-supervisor da seleção brasileira Américo Faria discorda. Ele argumentou durante a Footecon que os clubes que disputam a Copa Libertadores são minoria na série A e devem se adequar aos demais.

"Dos cem clubes que participam das quatro séries, 13 clubes tem excesso de jogos e outros 87 poderiam ter mais jogos. No meu entendimento, se joga pouco. Os outros é que deveriam se adequar ao calendário. Talvez um estadual mais longo, com os times entrando na semifinal. Canais do interior poderiam transmitir os jogos, já que sem a TV e patrocinadores não se consegue nada", disse Américo no encontro do futebol.

*Atualizado às 13h50