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Cruzeirenses secam Atlético-MG, mas torcida por Bayern não é unânime

Camisa híbrida do Cruzeiro e Bayern é aposta de vendedores para a torcida celeste "secar" o Atlético-MG - Dionizio Oliveira/UOL
Camisa híbrida do Cruzeiro e Bayern é aposta de vendedores para a torcida celeste 'secar' o Atlético-MG Imagem: Dionizio Oliveira/UOL

Dionizio Oliveira

Do UOL, em Belo Horizonte

18/12/2013 09h15

O Atlético-MG estreia no Mundial de Clubes, nesta quarta-feira, diante do Raja Casablanca, às 17h30. Como em toda rivalidade local, os cruzeirenses pretendem secar o principal adversário. A torcida contra o arquirrival pode ser considerada unanimidade, mas a torcida pelo Bayern de Munique é posição que divide os torcedores celestes, já que o clube alemão foi campeão mundial em cima do Cruzeiro, em 1976.

Tem torcedores que não negam a torcida pelo time alemão, que já está classificado para a final e vai ser o adversário do Atlético caso os mineiros avancem à final.  “Vou torcer contra mesmo, faz parte, assim como eles fizeram com o Estudiantes em 2009”, disse o eletricista Carlos Augusto, de 32 anos. Ele ainda aproveitou para provocar o rival. “Mas nem precisa torcer muito porque eles não vão aguentar o Bayern mesmo. Vai ser goleada”, acrescentou.

Assim como Carlos Augusto, muitos cruzeirenses não negam a torcida contra o Atlético e é nisso que apostam os ambulantes para faturar mais alto. Em muitos pontos da cidade de Belo Horizonte já é comum ver bandeiras que misturam o clube celeste e o alemão à venda.

É o caso do vendedor Roberto Moreira, 43 anos, que aproveitou a competição internacional e a rivalidade acirrada entre as equipes para fazer a sua própria bandeira. Ele está vendendo desde o último sábado, ao preço de R$ 30 cada e está satisfeito com as vendas.

“Já vendi cerca de 50 bandeiras. Acredito que com o Atlético passando para a final vai começar a vender ainda mais do Bayern”, disse o ambulante, que também aproveitou para comercializar turbantes árabes nas cores do alvinegro e bandeiras do Atlético.

Vendedor de uma barraca de artigos esportivos m um shopping popular da capital mineira, Renan Prates aposta em uma camisa metade azul e metade vermelha, misturando as cores de Cruzeiro e Bayern, como artigo com muita saída no caso de uma final entre a equipe alemã e o Atlético-MG.

 

 

Segundo Renan, a blusa que é divida com metade do Bayern de Munique e metade do Cruzeiro, custa R$25. Apesar do preço superior a do próprio Atlético e do Cruzeiro, o vendedor diz que a procura está satisfatória. “A gente começou a vender deste setembro e está saindo bastante”, afirmou. Ele confia na confirmação dessa possível final para esgotar o estoque dessas camisas híbridas, que tem mais de 100 unidades.

O contador Juliano Rodrigues, de 27 anos, é outro que pretende adquirir uma camisa do Bayern, mas isso só se o Atlético avançar à final. “Acho que eles não vão passar nem do Raja Casablanca”, provocou. Para Juliano, a derrota no passado para os alemães não tem importância. “Não tem problema torcer pro Bayern, não. Isso já é passado. Agora é a gente que vai comemorar o tricampeonato brasileiro e derrota do Atlético”, ressaltou.

Já a estudante Fernanda Machado explica como será a sua torcida no Mundial. “Na verdade nem vai precisar torcer para o Bayern. Tenho certeza que eles vão sair na semifinal e aí o vexame fica maior. Agora se for para a final, a gente vai torcer contra o Atlético, não pelo Bayern”, justificou.

  • Dionizio Oliveira/UOL

    Bandeira une os símbolos de Cruzeiro e Bayern de Mnique, que pode enfrentar o Alético-MG na final do Mundial de Clubes, em disputa no Marrocos, no sábado: "Junto e misturado"

Apesar de muitos cruzeirenses admitirem a torcida contra o Atlético, outros preferem deixar o rival de lado e até repudiam qualquer tipo de torcida para os alemães, como Fernando Souza, 25 anos. “Eles vão perder, com certeza. Mas não tem que ficar torcendo para outro time não, colocando camisa, isso é coisa de atleticano, que é torcida arco-íris. Ainda mais o Bayern de Munique”, declarou o representante comercial.

O Cruzeiro já esteve na mesma posição do rival Atlético em duas ocasiões e, curiosamente, nas duas vezes que disputou o Mundial os confrontos foram contra alemães. Na última vez, em 1997, o time perdeu para o Borussia Dortmund, ainda quando o torneio era conhecido como Copa Intercontinental e disputada no Japão.

Mais antigamente, em 1976, quando conquistou a primeira Libertadores, o Cruzeiro também ganhou o direito de disputar o Mundial contra o mesmo Bayern de Munique que está no caminho do Atlético. À época, eram realizados dois jogos, um em cada país. 

Os alemães venceram o primeiro na Alemanha, por 2 a 0, debaixo de muita neve, e seguraram o empate no jogo de volta no Mineirão para se sagrar campeões. Muito por conta disso, a torcida para o time alemão divide opinião entre os cruzeirenses. Mas o certo é que ninguém entre os celestes quer ver o Atlético campeão do Mundo.