Jr. Baiano brinca e chama Marcos de "boca de sabão" por entregar baladeiros
Um cara caseiro, que muitas vezes recusava baladas e não gostava de confusões. É assim que o ex-zagueiro Junior Baiano define seu estilo dentro e fora dos gramados nos tempos de jogador. Hoje com 43 anos, ele diz que muito da sua fama não corresponde ao que de fato acontecia.
O ex-jogador da seleção brasileira, Flamengo, Palmeiras, Vasco e São Paulo, entre outros, falou que depois de jovem mudou algumas de suas condutas, mas que pesou a imagem do que fez no começo da carreira.
“Nunca fui baladeiro, saía pouco até. Gosto de um pagode e de axé até hoje, mas as pessoas têm uma visão totalmente diferente. Sei lá, falam que sou um cara de dar porrada, polêmico e que gostava de confusão”, falou Baiano em entrevista ao UOL Esporte,
“Acho que fui um pouco disso no inicio da minha carreira, mas as pessoas que me conhecem sabem que eu nunca fui de gostar de balada. Eu saía normal como todo mundo saía, mas gostava muito de ficar em casa”, completou.
Junior Baiano teve presença destacada em um time do Palmeiras que ficou marcado não só por grandes conquistas, como a Libertadores, Copa do Brasil e Mercosul, mas também por um elenco com jogadores que sempre foram associados à noite, como Paulo Nunes, Oséas e o ex-lateral Júnior, entre outros.
Em 1999, uma torcida organizada do clube foi até o CT quebrar diplomas feitos aos jogadores em comemoração ao título sul-americano conquistado naquele ano. O motivo era a crise que a equipe passava durante o Brasileirão, enquanto muitos jogadores, segundo a facção, saíam para a noite. Mas, de acordo com Junior Baiano, as saídas dos jogadores eram tranquilas e havia atletas mais experientes para brecar exageros.
“Acabava o treino e a gente saía com o Paulo Nunes para um restaurante, tomava um cerveja e ia pra casa. No Palmeiras tinha muito isso, mas nunca teve um problema assim de balada do pessoal extravasar demais. O time estava em muitas competições, então nisso o pessoal se cuidava. E quando não se cuidava, tinha jogadores que alertavam. O Zinho falava, o César Sampaio também sempre orientava”, lembrou.
O ex-zagueiro lembra até que o ex-goleiro Marcos, de forma involuntária, muitas vezes entregava o pessoal da noite para os mais experientes ao comentar nos vestiários acontecimentos da balada.
“O Marcos brincava muito. Ele chegava e contava tudo (nos vestiários). Cara, hoje se eu encontrar o Marcão, vou chamá-lo de ‘boca de sabão’ porque era o cara que chegava e contava para todo mundo. Não adiantava falar: ´pô Marcos, fica quieto, não conta nada no vestiário pô´ Era aquele cara que tinha um jeito brincalhão e que chegava e contava tudo”, falou Junior Baiano.
“Não eram nada de mais (as saídas). Era coisa ir ao restaurante depois do treino tomar uma cervejinha, mas o Marcos chegava e contava tudo no vestiário, era o verdadeiro ‘boca de sabão’. Mas o Marcos era do bem, não fazia isso por mal”, salientou.
Junior Baiano vive hoje no Rio de Janeiro e fez um curso no estado para ser treinador. Diz conversar com técnicos para adquirir conhecimento e até para futuramente fazer um estágio com algum deles.
“Estou ligando para os treinadores e conversando com eles. Pergunto sobre tática e um monte de coisas. Conversei com o Muricy [Ramalho] há pouco tempo, e ele disse que as portas estão abertas para fazer estágio. Tenho uma proximidade também com o Vanderlei Luxemburgo. Recentemente nos falamos, e ele falou que o ideal é pegar um time no início da temporada para montar do jeito que você quer.”
Fim de polêmica com Godoy
Junior Baiano se envolveu em grande polêmica no Campeonato Paulista de 1995, na derrota de seu time, o São Paulo, por 2 a 1 para o Corinthians, no Pacaembu.
A equipe do Morumbi reclamou muito da arbitragem de Oscar Roberto Godoy na partida. Ao fim do jogo, Junior Baiano gesticulou com as mãos para as câmeras dando a entender que o árbitro estava alcoolizado.
O ex-zagueiro diz que foi mal interpretado e que já conversou e se acertou com Godoy depois do episódio.
“Eu falei que o Godoy estava maluco e fiz aquele gesto que estava mamado. Foi uma coisa de ´o cara está maluco, deve estar mamado´. Foi isso que eu quis dizer, e deu aquela polêmica toda. Mas ele era muito bom árbitro. Hoje está tudo resolvido. Nós viajamos juntos para o Japão para uma partida de showbol, e falei pra ele que errei de ter feito aquilo. Acho que quando um homem erra, tem que assumir”, afirmou.
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