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Roberto Leal e maestro João Carlos Martins participam de protesto da Lusa

Tiago Dantas

do UOL, em São Paulo

21/12/2013 16h18

A torcida da Portuguesa organizou mais um protesto na avenida Paulista neste sábado. O cantor Roberto Leal e o maestro João Carlos Martins engrossaram o protesto de torcedores da Lusa contra a decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) que rebaixou o time à segunda divisão do Campeonato Brasileiro.

O time, que fechou a 38º rodada fora da zona da degola, foi punida com a perda de quatro pontos pela escalação irregular do meia Heverton na partida contra o Grêmio, no segundo turno. Com a decisão, o time foi rebaixado. O Fluminense foi o beneficiado e se manteve na Série A.

Em sua defesa, a Portuguesa afirma que não houve dolo ao colocar Heverton em campo. O recurso será julgado pelo STJD no dia 27 de dezembro.

Os fãs da Lusa fizeram um ato público que saiu do vão livre do Masp por volta das 15h30. Vinte minutos depois, já ocupavam três faixas da Avenida Paulista, no sentido Consolação. Às 16h20, o protesto da Portuguesa bloqueava totalmente a pista sentido Consolação, próximo ao cruzamento com a rua Bela Cintra.

"Estão todas as torcidas aqui. A Portuguesa é o segundo time de todo mundo em São Paulo. A Portuguesa é como a Regina Duarte. É a namoradinha do Brasil", disse o maestro Martins, torcedor declarado da Lusa.

Perguntado sobre as chances de reverter o resultado em um julgamento na Justiça comum, Martins se mostrou otimista. "Conversei com meu irmão Ives Gandra (renomado advogado) e ele disse que a Portuguesa tem boas chances na Justiça comum."

O protesto foi puxado por um carro de som emprestado ao grupo pelo Sindicato dos Padeiros de São Paulo. Os torcedores carregaram bandeiras do clube e fizeram muito barulho com apitos vendidos a R$ 1 por vendedores ambulantes.

A Polícia Militar não informou oficialmente quantos manifestantes compareceram à marcha. A Tropa de Choque que acompanhou a passeata falou em ao menos 500 pessoas.

Bob Marley

Os manifestantes levaram um clima de estádio à avenida Paulista cantando o hino da Portuguesa e gritos como: "Dá-lhe Lusa, com muito orgulho, com muito amor" e "1, 2, 3, 4, 5, 1000. Segunda divisão é a p... que o pariu!", "Ao, ao, ao, diga não ao tapetão", além de lembrar as raízes lusitanas com "É uma casa portuguesa com certeza."

Quando chegou próximo à rua da Consolação,  o protesto foi interrompido por um camelô. O homem, que se identificou apenas como Piauí,  de 44 anos, pediu que todos ficassem quietos para que pudesse falar.

"Vou dar um recado. Se esses jogadores do Bom Senso tivessem caráter estavam todos aqui protestando com vocês. Foi uma injustiça muito grande", gritou o ambulante.

Na sequência, Piauí levantou um cartaz com os dizeres: "Quando a injustiça se torna regra, a revolução se torna dever." Depois da interferência, Piauí foi aplaudido e reverenciado com gritos de "Bob Marley", devido sua semelhança com o músico jamaicano.