Atlético-MG encara pressão com revés no Mundial e rejeição a Autuori
Com a sensação de filme repetido, o Atlético-MG, assim como ocorreu em 2012, iniciará a temporada 2014 pressionado pela torcida, decepcionada com o fracasso no Mundial de Clubes e insatisfeita com a contratação de Paulo Autuori para a vaga de Cuca.
A eliminação nas semifinais do torneio no Marrocos revoltou os atleticanos, principalmente pela atuação do time na derrota para o modesto Raja Casablanca, por 3 a 1, que o tirou da tão esperada final com o Bayern de Munique.
A situação só não foi mais desastrosa porque o time mineiro venceu o Guangzhou Evergrande, por 3 a 2, e, ao confirmar o terceiro lugar, evitou a pior campanha de um representante brasileiro desde que o formato atual do torneio foi adotado, em 2005 – o Internacional também ficou em terceiro em 2010.
O encerramento de 2013 faz lembrar o final da temporada 2011. Depois de se livrar do rebaixamento, o Atlético chegou à última rodada do Brasileirão relaxado e levou uma goleada histórica para o rival Cruzeiro, por 6 a 1.
Além do placar elástico, a torcida atleticana ficou na bronca por outro motivo. Se o Atlético vencesse o clássico, o Cruzeiro seria rebaixado para a segunda divisão. O vexame gerou um desabafo público do presidente Alexandre Kalil, ao se dizer envergonhado, que desagradou o técnico Cuca.
No primeiro dia da pré-temporada 2012, torcedores protestaram na entrada da Cidade do Galo, demonstrando que não tinham esquecido a goleada. A indignação foi levada para os jogos do Campeonato Mineiro. Além de faixas e cartazes, os atleticanos chegaram a ficar de costas para o campo.
O time comandado por Cuca deu a resposta em campo, ao se tornar campeão mineiro de forma invicta. A boa campanha no Campeonato Brasileiro, em que o Atlético brigou pelo título e terminou como vice-campeão, já com a presença de Ronaldinho Gaúcho, ajudou a reconquistar a torcida.
A eliminação nas semifinais do Mundial da Fifa esfriou a empolgação da torcida depois da conquista histórica da Libertadores. Durante a vitória sobre o Guangzhou, os torcedores que foram ao Marrocos protestaram, gritaram “vergonha” quando o time levou a virada, e vaiaram Cuca pela primeira vez em dois anos e meio no comando do Atlético.
Além de absorver o baque da eliminação no Mundial, o Atlético terá de superar a forte rejeição da torcida ao técnico Paulo Autuori, substituto de Cuca, que recebeu proposta milionária para trabalhar na China. O nome do treinador foi amplamente reprovado por atleticanos nas redes sociais.
Para driblar o revés, jogadores se apegam à conquista histórica da Libertadores. “Esse grupo conseguiu devolver a autoestima ao torcedor, fez o torcedor sorrir. Se a gente chegou ao Mundial, é porque teve uma grande conquista que antecedeu esse Mundial. Então, o torcedor reconhece isso, sabe que tristeza é momentânea, passageira, mas o que fica marcado mesmo são as conquistas”, disse o goleiro Victor.
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