Associação judaica pede que atacante francês Anelka seja banido do futebol

A comemoração do primeiro gol do West Bromwich Albion no último sábado, em um empate por 3 a 3 com o West Ham, pode abreviar a carreira do atacante francês Nicolas Anelka. O EJC (congresso europeu judaico, na sigla em inglês) fez um pedido à Uefa e à FA (Federação Inglesa de Futebol) para que o jogador seja banido do esporte.

Anelka marcou duas vezes no jogo. No primeiro gol, comemorou com o braço esquerdo sobre o ombro direito, repetindo gesto popularizado pelo comediante francês Dieudonne M’Bala M’Bala.

O problema é que M’Bala tem extenso histórico de comentários sobre Holocausto e judeus. O comediante já foi processado por antissemitismo, e o gesto feito por Anelka, conhecido como “quenelle”, é associado a esse tipo de comportamento.

“Existe uma necessidade premente de enfrentar esse fenômeno relacionado ao futebol. Nós estamos prontos para ajudar no combate a esse gesto intolerável”, disse Moshe Kantor, presidente do EJC.

Kantor escreveu para Greg Dyke, presidente da FA, e Michel Platini, mandatário da Uefa. Na mensagem, o presidente do EJC disse que a comemoração de Anelka é “um fenômeno perigoso”.

“A ação recente do senhor Anelka é um lembrete de que o ódio aos judeus pode facilmente encontrar um caminho para o campo de jogo”, ponderou o dirigente da entidade judaica.

Depois do jogo, Anelka rechaçou qualquer propósito antissemita na comemoração. Segundo ele, a única intenção era homenagear M’Bala, de quem o jogador é amigo.

Ainda assim, o West Bromwich Albion emitiu um comunicado oficial sobre o caso. O clube disse ter conversado com Anelka, que teria se comprometido a não repetir a comemoração.

“O clube reconhece que a comemoração foi ofensiva e pediu a Nicolas que não faça isso novamente. Nicolas imediatamente concordou com o pedido”, disse o West Bromwich Albion na nota.

Valerie Fourneyron, ministra do Esporte e da Juventude da França, foi menos condescendente. Na rede social Twitter, ela classificou a atitude de Anelka como “nojenta” e “chocante”.

Entretanto, uma pesquisa realizada pelo site da revista francesa “Le Point” mostrou o contrário. A página perguntou se os leitores ficaram ofendidos com o gesto do atacante, e 77% dos 33 mil votantes escolheram a opção “não”.