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Atlético vê avanço em negociação para liberar dinheiro da venda de Bernard

Do UOL, em Belo Horizonte

13/01/2014 06h00

A diretoria do Atlético-MG ainda aguarda a liberação do dinheiro da venda de Bernard, ao Shakhtar Donetsk, em agosto de 2013, que está retido or decisão da Fazenda Nacional. O diretor jurídico do alvinegro mineiro, Lázaro Candido Cunha revelou que o clube se aproximou de um acordo com a Procuradoria Geral e aguarda a evolução das negociações nesta semana.

“A Justiça determinou bloqueio total. Ano passado tivemos várias reuniões em Brasília, na Procuradoria Geral e na AGU (Advocacia Geral da União), nestas reuniões, praticamente fechamos um acordo de parcelamento, que o governo fechou com outros clubes. Aconteceram problemas e este acordo não foi feito”, disse Lázaro Cunha, em entrevista à Rádio Itatiaia.

A diretoria atleticana vem arrastando a tentativa de acordo com a Fazenda Nacional, para a liberação dos R$54 milhões, do dinheiro da venda de Bernard. O valor está retido, desde agosto de 2013, mas ainda não conseguiu um acordo. “No final de 2013, o Governo fechou novo acordo, encaminhamos proposta e me parece, que agora, os sinais estão mais claros para este acordo”, explicou Lázaro.

“A gente já tinha apresentado uma proposta de acordo, que é um parcelamento. Quando você parcela o débito, você desbloqueia os valores que haviam sido bloqueados. O Atlético está pedindo, é o que se pratica normalmente no mercado”, observou.

Segundo ele, o Atlético não está pedindo desconto no valor ou qualquer outro tipo de benefício, que não seja direito do clube. “O pedido é para alongar esta dívida, mais emergente que o Atlético tem, dívida antiga, vamos pagando gradualmente e aí faz o desbloqueio. Isso foi feito com Vasco, Flamengo e com empresas. O que o Atlético pede é o parcelamento que no caso é de cinco anos”, acrescentou.

Desde a venda do jogador, o clube atleticano vem fazendo uma série de reuniões em Brasília. Em novembro, antes do Mundial de Clubes, em entrevista coletiva, o presidente Alexandre Kalil fez um apelo à presidente Dilma Rousseff, pedindo a intervenção no caso, para que o Atlético conseguisse o acordo da divisão da dívida fiscal.

“Nos reunimos com a Procuradoria Geral da Republica, que é órgão jurídico que acompanha execução federal, e a Advocacia Geral da União. Apresentamos uma proposta com limites tais e tais. Praticamente repetição do que já tínhamos feito antes. Você apresenta garantias para isso, está tudo feito, mas a gente sabe que tem uma burocracia em âmbito nacional”, comentou Lázaro Cunha.

 O bloqueio do valor é considerado, pela diretoria atleticana, o vilão pelas dificuldades financeiras do clube, inclusive com atraso nos salários dos jogadores, situação que vem se arrastando desde o final da última temporada.

“Não pode atrasar mais, o clube não pode ficar sem esta receita para as despesas cotidianas. Há pessoas colaborando, parlamentares, principalmente da bancada do PT em Minas Gerais, que estão ajudando. Mas não basta dizer que está colaborando, precisa resolver”, disse Lázaro.

A diretoria atleticana aguarda novidades em relação ao acordo e a liberação do dinheiro do jogador já nesta semana. “O clube não está querendo estádio, patrocínio, quero o direito seu, a gente espera que na semana que vem isso evolua, pois a gente precisa resolver isso”, observou Lázaro Cunha.