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Fifa nega que extensão do prazo da Bola de Ouro tenha beneficiado Ronaldo

Fernando Duarte

Do UOL, em Zurique (Suíça)

13/01/2014 12h53

Se a Fifa esperava diminuir a especulação sobre a polêmica decisão de estender o prazo de votação da Bola de Ouro, o anúncio da tarde de segunda-feira feito pelo porta-voz da entidade, Walter de Gregorio, fez pouco para desestimular as suspeitas de um favorecimento a Cristiano Ronaldo. Num pronunciamento marcado pelo tom defensivo, o porta-voz disse que as duas semanas extras de votação não alteraram os resultados anteriormente computados.

“Os votos computados no período de extensão não alteraram a posição dos três finalistas após a contagem anterior”, disse De Gregorio, que por algumas vezes mencionou o fato de a votação ter sido auditada pela empresa Price Waterhouse Coopers.

A polêmica teve início em novembro, quando a Fifa decidiu prorrogar para o dia daquele mês o prazo que originalmente se encerraria dia 15, sem levar em conta o desfecho da repescagem das eliminatórias europeias, em que tanto Ronaldo quanto outro finalista, o francês Franck Ribery, estavam em atividade – Messi na época estava lesionado e a Argentina fechara em outubro suas atividades nas eliminatórias sul-americanas.

O bochicho aumentou depois de Ronaldo ser o nome da repescagem, marcando quatro gols contra a Suécia e sendo fundamental para classificar Portugal para a Copa do Mundo. Houve muita reclamação na França e na Alemanha, não coincidentemente dois países ligados a Ribery, destaque da seleção francesa e do Bayern de Munique. O presidente do clube alemão, Uli Hoeness, queixou-se publicamente de uma conspiração para prejudicar o jogador.

Na Espanha, o presidente do Barcelona, Sandro Rossell, reclamou do fato de a Fifa também ter autorizado mudanças nos votos originalmente enviados. A entidade a Fifa alega que se viu forçada a estender o prazo depois de menos 50% do colégio eleitoral de mais 500 pessoas, entre treinadores, capitães e jornalistas, terem enviado seus fotos à Fifa no prazo original. “E mesmo com a extensão, o total chegou a 88%’’, completou De Gregorio.