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Seedorf revela "noite difícil" e admite que fim de carreira foi antecipado

Luiz Gabriel Ribeiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/01/2014 15h15

Seguro da escolha de deixar o Botafogo e retornar à Europa para novo desafio, Clarence Seedorf deu sinais de que já está concentrado na nova carreira como técnico do Milan. O agora ex-camisa 10 alvinegro descartou fazer comentários a respeito de seu futuro na Itália e, estrategicamente, escondeu detalhes de como será a nova vida após passagem por um ano e meio no futebol brasileiro. Apesar da confiança demonstrada pela decisão, o holandês revelou que teve uma “noite difícil” após confirmar o fim da carreira. O ídolo alvinegro também admitiu que a rápida mudança de rumo em sua vida acabou antecipada.

Seedorf sempre planejou se tornar treinador, mas a demissão de Massimiliano Allegri após a última rodada do Campeonato Italiano mudou os seus planos. O holandês afirmou que não teve como rejeitar o convite da diretoria rossonera. Ele assinará contrato por dois anos e meio como treinador do Milan e irá tentar viajar ainda nesta terça para a Itália.

A necessidade de decidir o futuro de forma rápida não causou problemas em Seedorf, que se sentia preparado para abandonar o futebol como jogador. “Não é difícil parar. O futebol sempre foi parte da minha vida e, a qualquer momento, pode acabar. Tenho que ter condições para olhar para as oportunidades. Vivi e ganhei muita coisa. Esse para mim era o desafio: fazer o Botafogo voltar a brilhar. Estou feliz e satisfeito. Sem arrependimentos. Eu poderia jogar mais, com certeza”, explicou Seedorf, a respeito de suas condições físicas.

O holandês só deixou escapar insegurança no momento de dormir, após conversa com a família. A decisão foi tomada durante a segunda-feira, mas a madrugada desta terça não foi tão fácil assim, revelou Seedorf. “A decisão foi tomada no dia, mas a noite foi difícil porque passa um filme na cabeça. Estava preparado, mas tem os momentos de flashback. Penso sempre no futuro e nos desafios. Por isso, não há nada contra em uma decisão como essa”, reforçou.

Com o peso de deixar o Botafogo em ano importante – o clube disputará a Copa Libertadores –, o ex-jogador afirmou que convite de comandar o Milan do banco de reservas era irrecusável. “A demissão do Allegri foi decisiva. A ligação chegou e tenho um relacionamento muito forte com o presidente. Gosto de desafios e este é mais um importante. Estou tranquilo para isso”, explicou.

O Botafogo homenageou Seedorf em sua despedida com um quadro, em que desejava boa sorte ao ídolo. O presidente Maurício Assumpção admitiu tristeza com a saída do holandês, mas negou insatisfação pelo adeus repentino. “Não tem ruído nenhum, estava determinado em contrato antes de ele sair de Milão. Poderia acontecer a qualquer momento. Era uma questão dele definir. A única salvaguarda era uma proposta para um outro clube. Estava acordado antes de ele vir ao Brasil”, ressaltou o dirigente.