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Ministério Publico amplia restrições a duas organizadas do Cruzeiro

Do UOL, em Belo Horizonte

20/01/2014 21h59

O Ministério Público do Estado de Minas Gerais divulgou, nesta segunda-feira, a prorrogação e agravamento de medida adotada, em outubro do ano passado, que proíbe integrantes das torcidas organizadas Pavilhão Independente e Máfia Azul de acesso a qualquer estádio no Brasil com material que as identifique.

De acordo com a resolução do Ministério Público, estão proibidos o uso de uniformes e bandanas ou portar bandeiras, instrumentos musicais, faixas, “bandeirão” e “caixote”, ou seja, qualquer vestimenta ou material que possa identificar a torcida organizada.

A Pavilhão Independente, que, segundo o MP, questionou a medida, também está proibida em dia de jogo de utilizar os materiais e vestimentas vetados dentro, igualmente nos arredores dos estádios.

Uma audiência foi realizada, na última sexta-feira, na 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte, quando foram analisadas ocorrências registradas no jogo em que o Bahia bateu o Cruzeiro, no Mineirão, quando a taça do título foi oficialmente entregue. Houve violência principalmente fora do estádio, que levou ao cancelamento da festa celeste preparada pela diretoria para comemorar o título.

Mas foram avaliadas também pelo MP outras ocorrências de violência entre as duas facções de torcidas organizadas nos  Cruzeiro e Flamengo, Cruzeiro e São Paulo, Atlético e Cruzeiro, todos válidos pelo Campeonato Brasileiro de 2013.

A audiência teve a participação do promotor de Justiça Edson Antenor Lima Paula, do procurador de Justiça José Antônio Baeta de Melo Cançado, de representantes da Polícia Militar de Minas Gerais, da Federação Mineira de Futebol, da Comissão de Monitoramento da Violência em Eventos Esportivos e Culturais (Comoveec) e das torcidas Pavilhão Independente e Máfia Azul.

O Ministério Público de Minas Gerais já havia proibido anteriormente instrumentos que pudessem divulgar a torcida e, dessa maneira, “fomentar, mesmo que de forma indireta, a violência”. Mas, em função de outros problemas envolvendo as duas torcidas, o órgão decidiu prorrogar a medida até julho de 2014 e ainda ampliar a proibição à vestimenta.

A decisão do Ministério Público coloca nas mãos da Polícia Militar a responsabilidade pela fiscalização e pelo envio de relatório. Caso seja necessário, o MP admite a possibilidade de pedir a extinção judicial da torcida organizada que não cumprir a determinação.

O Cruzeiro já adotou medidas restritivas às torcidas organizadas, sendo a principal delas, determinada pelo Conselho Deliberativo do clube, que proíbe a utilização por torcidas organizadas do nome e do símbolo do Cruzeiro. A medida vale já para o jogo de estreia do time celeste no Campeonato Mineiro, no próximo domingo, às 17h, no Mineirão.