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Parcerias com empresários e escalação do time colocam em xeque fama do Fla

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/01/2014 06h10

O velho ditado na Gávea diz que “craque o Flamengo faz em casa”. No entanto, neste início de 2014 a fama rubro-negra está em xeque. Isso porque a formação titular base que o técnico Jayme de Almeida pretende utilizar na temporada não deverá ter nenhum nome formado no clube. Apostando em parcerias com empresários e fundos de investimentos por reforços, o Rubro-negro tirou o espaço que poderia restar aos seus jovens na reformulação do elenco de 2013 para 2014.

A partida da última quarta-feira, por exemplo, contra o Volta Redonda, pode ter sido a última chance de muitos reservas formados nas categorias de base de vestir a camisa do Flamengo neste início de ano. Com a decisão da comissão técnica de utilizar o time principal a partir do próximo fim de semana, os jovens formados na Gávea terão que aguardar uma nova chance.

Somado a isso, os jovens ainda não gozam de muito prestígio na Gávea. Dirigentes do clube argumentam, internamente, que muitos ainda não estão preparados para encarar a responsabilidade de vestir a camisa do Flamengo como titular em uma competição internacional. Logo, as apostas em veteranos de outros clubes se tornam mais frequentes.

Nomes como Muralha, Mattheus, Rodolfo e Negueba dificilmente estarão nas formações principais em 2014. Caso Jayme não mude de ideia, o Rubro-negro terá sua base com Felipe; Léo Moura, Wallace, Frickson Erazo e André Santos; Amaral, Elias (que está próximo de um acerto), Elano e Carlos Eduardo (Éverton); Paulinho e Hernane (Alecsandro).

Das sete caras novas do Flamengo em 2014, cinco chegaram ao clube através de parcerias com empresários. São os casos de Elano (empréstimo viabilizado pelo agente Giuliano Bertolucci), Alecsandro (empréstimo intermediado por Carlos Leite), Lucas Mugni, Frickson Erazo e Léo – os três últimos comprados com a ajuda de fundos de investimentos.

Já o meia Éverton foi comprado pelo Flamengo, com verba arrecadada através do programa de sócio-torcedor, enquanto o volante Feijão foi envolvido em uma troca com o Bahia pelo atacante Rafinha.

E a força dos empresários podia ser claramente percebida nas últimas semanas. Agentes e investidores parceiros do clube tinham trânsito livre e circulavam pelo hotel que serve de concentração ao Flamengo no Rio de Janeiro durante a pré-temporada da equipe.

Procurado pela reportagem para falar sobre as negociações de reforços, o Flamengo informou que não fala abertamente sobre operações financeiras em contratações de jogadores e que se limitava a informar que os recursos utilizados pelo clube na janela de transferências deste início de ano foram viabilizados pelas receitas geradas no programa de sócio-torcedor.