Estratégia sobre reforma do Morumbi divide oposição do São Paulo
A diretoria do São Paulo convocou uma reunião neste sábado para sanar dúvidas de sócios e conselheiros sobre o projeto de cobertura do Morumbi. Enquanto isso, uma comissão formada por oposicionistas analisa a documentação da operação. O UOL Esporte apurou que existem algumas divergências dentro do grupo de oposição sobre qual estratégia adotar com relação à aprovação ou não da reforma.
Oposicionistas ouvidos pela reportagem afirmaram que, independentemente do veredito da comissão, não devem votar a favor do projeto, citando duas justificativas: a primeira é técnica, de que ainda que a conclusão seja a de que a operação é boa para o clube, o pouco tempo de análise ainda deixaria risco de problemas no futuro; a segunda, política, é a de que a negativa levaria o presidente Juvenal Juvêncio a de fato tentar mudar outra vez o estatuto, reforçando a imagem de autoritário e desgastando sua chapa e seu candidato, Carlos Miguel Aidar.
A visão, entretanto, não é unânime entre os partidários do candidato da oposição, Kalil Rocha Abdalla. Há na chapa membros que defendem que a decisão seja tomada apenas com critérios técnicos, afastando um possível rótulo de intransigência. Dentre eles está Marco Aurélio Cunha, um dos líderes do grupo.
Enquanto os oposicionistas debruçam-se sobre o caso, a atual diretoria espera aprovar o projeto. A avaliação dos aliados de Juvenal Juvêncio é a de que, cedendo os documentos da operação a seus adversários políticos e realizando a reunião para sócios e conselheiros, agiram democraticamente. Com isso, um novo boicote à votação por parte da oposição seria uma confissão de ação com interesses políticos.
A comissão especial de oposicionistas conta com oito membros, e já realizou duas reuniões, nos dias 15 e 21 de janeiro, e estuda o projeto em três frentes: de engenharia, financeira, e jurídica. As principais preocupações são com o desgaste das estruturas móveis após 20 anos, com o comprometimento de patrimônio do São Paulo e possíveis ações contra o clube que possam ocorrer caso o estádio não tenha a rentabilidade suficiente para ressarcir os investidores que colocariam os cerca de R$ 450 milhões das obras.
Em dezembro do ano passado, o São Paulo abriu votação para aprovar a reforma e a cobertura do Morumbi. Conselheiros de oposição boicotaram o pleito, que não teve o mínimo de votantes exigido pelo estatuto do clube, e não aconteceu. Na ocasião, o presidente Juvenal Juvêncio afirmou que mudaria o estatuto para reduzir o quórum mínimo, mas mudou de ideia e abriu diálogo.
Uma nova tentativa de votação deve ocorrer no próximo dia 31. Um dia antes, a comissão formada pela oposição deve reunir-se com a construtora Andrade Gutierrez, responsável pela obra, e o escritório Pinheiro Neto Advogados, que cuida da documentação da operação, para emitir um parecer final.
A reunião aberta para sócios e conselheiros deste sábado será às 12h, no salão de festas do clube, no bairro do Morumbi.
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