Topo

Reservas para quê? Sem atletas suficientes, time do MA joga com banco vazio

São José-MA (de branco) tinha apenas 11 jogadores para enfrentar o Moto Club no Estadual - Anderson Rodrigues / Divulgação
São José-MA (de branco) tinha apenas 11 jogadores para enfrentar o Moto Club no Estadual Imagem: Anderson Rodrigues / Divulgação

Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

01/02/2014 06h00

Classificação e Jogos

Precisa-se de reservas. A placa também não esteve, mas podia ter ocupado um lugar no banco do São José-MA na última quinta-feira, no primeiro jogo do time no Campeonato Maranhense de 2014. O técnico Josué Teixeira teve apenas 11 atletas à disposição no revés por 5 a 0 para o Moto Club, realizado no estádio Nhozinho Santos.

A situação insólita, aliás, podia ter sido ainda pior. Até o fim da tarde do jogo, apenas sete atletas do São José-MA tinham condições de entrar em campo. O nome do goleiro Vagner só apareceu no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) quando o time já estava no vestiário.

“Conseguimos dez jogadores de linha e um para o gol, mas o time que foi a campo foi montado no vestiário. Tínhamos quatro atacantes, e dois precisaram ser adaptados para a meia”, relatou Josué Teixeira.

O técnico chegou a cogitar não entrar em campo: “Eu não ia expor nenhum jogador a atuar como goleiro. Seria uma situação vexatória. Se não tivéssemos conseguido a liberação na hora, não daria”.

Com apenas 11 atletas, o São José-MA conseguiu segurar o Moto Club em quase todo o primeiro tempo. O time que tinha suplentes abriu o placar apenas nos minutos finais da etapa, em um gol contra de Germano.

No segundo tempo, o Moto Club deslanchou. Gilson (duas vezes), Henrique e Vitor consolidaram a goleada sobre o São José-MA. Ao menos três jogadores da equipe sem reservas demonstraram sinais de muito cansaço.

O mistério agora é o que levou o São José-MA a atuar sem reservas. O time tem um elenco com 27 atletas, mas a maioria não conseguiu regularizar a documentação a tempo de entrar em campo na quinta-feira.

“Eu não lembro de nada parecido no futebol. O treinador não podia nem olhar para trás porque não tinha banco! Agora nós temos de saber de quem é a culpa. Tenho um município inteiro para dar satisfação”, declarou Hugo Roberto, presidente do São José-MA, time cuja sede é em São José de Ribamar.

A principal preocupação da diretoria do São José-MA é um grupo de atletas que foram contratados do futebol do Rio de Janeiro na atual janela de transferências. A equipe alega ter enviado na terça-feira a documentação dos jogadores, mas diz que ainda não recebeu resposta.

“Já entrei em contato com o pessoal para saber o que aconteceu. Além de ter feito o pagamento, peguei os documentos individuais e enderecei para a Ferj [Federação do Estado do Rio de Janeiro] por e-mail”, relatou o mandatário da equipe.

A explicação do departamento de registros da FMF (Federação Maranhense de Futebol) é que a documentação enviada pelo São José-MA estava incompleta. Na última sexta-feira, a entidade fez uma acareação entre funcionários e o presidente da equipe para confrontar as versões.

Em meio a essa discussão, sobraram até conjecturas políticas. A FMF é abertamente alinhada à situação da CBF, que fará eleições em abril. A Ferj integra o grupo de oposição na entidade nacional.

“Não sei se isso tem a ver. A Ferj é oposição à Federação Maranhense de Futebol, que é muito ligada ao Marco Polo del Nero”, teorizou Josué Teixeira, citando o atual mandatário da FPF (Federação Paulista de Futebol) e provável candidato da situação para suceder de José Maria Marin no comando da CBF.