Topo

Reunião de Kalil na AGU não define acordo, mas Atlético vê "portas abertas"

Bernardo Lacerda *

Do UOL, em Vespasiano (MG)

17/02/2014 19h10

A reunião entre o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, e o advogado geral da União, Luís Inácio Lucena Adams, realizada nesta segunda-feira, em Brasília, referente ao parcelamento do valor da venda do meia Bernard ao Shakhtar, não foi conclusiva. De acordo com a assessoria da Advocacia Geral da União, novos encontros acontecerão entre as partes.

A assessoria da AGU informou que a reunião não esgotou todas as negociações, que acontecerão novamente nos próximos dias. A diretoria atleticana, por sua vez, considerou que houve avanço. O diretor jurídico do Atlético-MG, Lásaro Candido da Cunha, informou que a reunião de Alexandre Kalil na AGU abriu as portas para um acordo visando o parcelamento da dívida tributária do clube.

“Abriu-se novamente uma oportunidade, o ministro da AGU demonstrou que há possibilidade de acordo, ficou estabelecido em linhas gerais um tempo exíguo de 30 dias para este acerto e houve deliberação para que as execuções sejam suspensas para se elaborar acordo sem maiores transtornos”, disse Lásaro Cunha, em entrevista à Rádio Itatiaia.

Segundo o dirigente atleticano, o acordo não visa apenas solucionar o bloqueio ao dinheiro do Bernard, mas o problema mais global. “Envolve uma série de execuções e aí sim a gente resolveria esse parcelamento em condições decentes, o Atlético honraria e aí tudo voltaria ao normal. O presidente passou a orientação que foi muito bem recebido e as portas se abriram”, salientou.

A diretoria atleticana vem tentando, desde agosto de 2013, a liberação de R$ 54 milhões, referentes à venda de Bernard para o Shakhtar Donetsk, cujo recurso foi retido por determinação da Fazenda Nacional, em função de dívidas do clube.

No último dia 12 o presidente Alexandre Kalil informou sobre novo bloqueio por meio de sua conta no Twitter e mostrou insatisfação com o fato. “Novo bloqueio referente a 1999. Acho que só o Atlético deve impostos no Brasil. Qual o nosso pecado com a PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional)", disse o dirigente atleticano.

 Alexandre Kalil revelou, no final de 2013, que havia se reunido com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), em Brasília, quando conseguiram um acordo para parcelamento da dívida. Porém, o clube não conseguiu aval da AGU.

Na última sexta-feira, o Atlético-MG sofreu com nova ação da Procuradoria Geral da Fazendo Nacional referente a 1999, em função de dívidas de diretorias passadas, e corre o risco de ver sua sede administrativa ir a leilão.

O processo de data de atuação de 11 de março de 1999, com petição referente a imposto de renda de pessoa jurídica prevê a penhora de bens ligados ao clube referente ao valor do débito devido, que não é revelado.

A decisão do juiz André Prado de Vasconcelos, publicada no dia 14 deste mês, informa o seguinte: "Autorizo o leilão/parcelamento do bem penhorado às fls. 111. Antes, porém, expeça-se mandado para fins de reavaliação do referido bem. Dê-se vista ao exequente, em 05 dias, sobre o mandado de reavaliação, bem como para, no mesmo prazo, apresentar o valor atualizado do débito".

O departamento jurídico atleticano informou ao UOL Esporte que não existe possibilidade da sede ser leiloada. “Isso está acontecendo por causa do não parcelamento da dívida do Atlético, que o clube vem tentando um acordo desde 2013. Quando não houve este acerto, toda a dívida é redividida, o que acarretou nesta situação, que é chata, mas que não é por culpa do clube”, observou Lásaro Candido da Cunha.

* Atualizada às 20h55