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Chilavert detona Arce. E revela: ainda pensa na cusparada em R. Carlos

José Ricardo Leite e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

25/02/2014 06h00

O polêmico ex-goleiro Chilavert sempre fez de suas declarações uma metralhadora de críticas. Agora sobrou para o ex-companheiro de seleção paraguaia Javier Arce, a quem classifica como despreparado e o principal culpado pela ausência do Paraguai da Copa do Mundo de 2014.

O ex-jogador do Palmeiras foi o treinador da seleção durante parte das eliminatórias sul-americanas, em que o time foi um fiasco e ficou na última colocação, atrás até da Bolívia. Chilavert não perdoou e disse que o ex-companheiro não tem estilo próprio e tenta copiar Felipão.

“Os dirigentes da seleção paraguaia se equivocaram na contratação do Arce como treinador. Ele queria jogar como os brasileiros jogam. Arce foi o grande culpado pela eliminação do Paraguai. Ele não tinha capacidade para estar à frente da seleção. Agora está no Cerro Porteño e na primeira partida da Libertadores, contra um time colombiano, já perdeu e demonstrou não ter capacidade”, disse o ex-goleiro ao UOL Esporte.

“O Arce quer copiar o estilo do Felipão, e o só o Felipão tem esse jeito, não dá pra fazer igual porque o Arce não tem capacidade. Tem que trabalhar sem copiar os outros pra poder crescer”, continuou.

Chilavert e Arce jogaram juntos na seleção do Paraguai que disputou as Copas do Mundo de 1998 e 2002, e nas duas oportunidades a equipe parou nas oitavas de final. Desde aqueles tempos nunca foram próximos.

Arrependimento

Um arrependimento escondido e que o ego não permite que saia facilmente de sua boca por meio de palavras. É assim que  Chilavert se mostra quando questionado por um lamentável episódio em sua carreira: a cusparada no lateral Roberto Carlos, em jogo entre Brasil e Paraguai, em 2001, pelas eliminatórias para a Copa da Coreia do Sul e do Japão.

A partida ocorreu em Porto Alegre e foi vencida por 2 a 0 pela equipe brasileira. Os dois jogadores trocaram algumas provocações, à distância, ainda dentro de campo, quando o brasileiro arriscava chutes de longe ao gol e o paraguaio pedia mais.  

Depois do fim do jogo, um foi em direção ao outro, sem saber se o clima quente ficara em campo. No momento que deram um abraço, Chilavert disparou uma cusparada na cara do rival, que ficou sem saber o que fazer.

O ato custou uma multa de US$ 10 mil e quatro jogos de suspensão ao paraguaio, que por conta disso desfalcou sua seleção nos dois primeiros jogos da Copa do Mundo de 2002.

Mais de 13 anos depois, ele deixa transparecer a sensação de que o ato atrapalhou sua carreira e diz que gostaria de ter a oportunidade de um dia conversar com Roberto Carlos para falar sobre o assunto e possivelmente se desculpar. Tempos depois do episódio, o goleiro ainda não admitia e o erro e chegou a dizer que o brasileiro merecia uma suspensão junto da sua. Agora seu pensamento mudou.

“Ah, isso tudo já está superado, passou faz muito tempo. Tenho respeito por ele; foi um grande jogador e é treinador na Turquia hoje. Eu nunca tive a oportunidade de falar com o Roberto Carlos e às vezes eu penso sim ele em falar com ele”, disse ChilavertApesar da vontade de falar com o pentacampeão mundial para reparar o erro, o ex-goleiro se defende e diz que foi provocado com palavras que não gostou de ouvir. “Ele falou que eu era índio. E perdendo de 2 a 0, com a cabeça quente, é uma situação que pesa (no emocional).  Mas tudo bem, pra mim é uma história passada e não tem motivos de falar disso agora."

QUEM FOI O MELHOR COM OS PÉS?

  • Associated Press

    Chilavert é o segundo goleiro que mais fez gols na história do futebol, com 62, atrás apenas de Rogério Ceni, com 114. Questionado sobre quem foi melhor com os pés entre eles e o ex-goleiro colombiano Higuita, o paraguaio ressaltou seus prêmios. “Cada um dos três tinha suas virtudes. Rogério é excelente batedor de faltas, e Higuita sabia jogar com os pés. Mas fui três vezes eleito (pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol) como o melhor goleiro do mundo, em 95, 97 e 98. Sou o único sul-americano que já ganhou o prêmio, e todas elas jogando pelo Velez Sarsfield, e isso não tem contestação.”