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Conmebol pune federação uruguaia e aumenta crise no futebol

Luis Suárez (e) e Diego Forlán em amistoso disputado mês passado. As sanções não atingem a seleção - Xinhua
Luis Suárez (e) e Diego Forlán em amistoso disputado mês passado. As sanções não atingem a seleção Imagem: Xinhua

Do UOL, em São Paulo

02/04/2014 20h38Atualizada em 02/04/2014 23h55

A Conmebol puniu nesta quarta-feira (02) a Associação Uruguaia de Futebol, em meio à crise que o esporte vive no país. O Uruguai não poderá participar do comitê executivo da entidade, nem apresentar propostas ou candidaturas a presidente e vice-presidente, ou participar da comissão disciplinar.

A punição, no entanto, é apenas administrativa e não atinge a seleção celeste. O comunicado da Conmebol chegou em meio a uma reunião da AUF que contava com representantes dos clubes da primeira e segunda divisão do campeonato nacional.

Nesta quarta-feira, os dirigentes já haviam chegado a um acordo com o presidente José Mujica, com a polícia e com o sindicato dos jogadores, para voltar a realizar as partidas de futebol no país. A última rodada teve partidas suspensas depois que Mujica proibiu a polícia de fazer a segurança dos estádios.

Mujica tentava pressionar para que os clubes aprovassem o código disciplinar da Fifa que prevê punições para torcidas violentas, depois que a partida pela Libertadores entre Nacional e Newell's Old Boys acabou em quebradeira. 

Também nesta quarta-feira, sete clubes pequenos retiraram um processo penal na justiça comum que acusava a Conmebol de usar mal o dinheiro das trasmissões de TV. Esse era um outro fator que tornava difícil a permanência do ex-presidente da AUF Sebastián Bauzá no cargo. Bauzá e o conselho executivo da entidade renunciaram na última segunda-feira (31).

Com medo de retaliações em meio à crise, os clubes resolveram retirar a denúncia e, em troca, enviarão uma carta à Fifa pedindo explicações.

Na tarde desta quarta-feira, portanto, o futebol uruguaio parecia retomar a tranquilidade. Já havia um arranjo político para compor uma diretoria provisória da AUF, com a participação dos dois maiores clubes do país, Peñarol e Nacional. A próxima rodada do campeonato uruguaio já estava marcada para os dias 12 e 13 de abril.

A sanção da Conmebol veio, então, como uma ducha de água fria. O Uruguai ainda pode recorrer da decisão. Depois do anúncio, os clubes votaram se aceitariam mesmo a renúncia de Bauzá. Oito foram a favor e oito contra. Em nova votação, um clube mudou de posição e se absteve. Com isso, a renúncia se mantém. 

No fim da noite, os clubes elegeram um novo presidente para a AUF. Wilmer Valdez, dirigente do Rentistas, foi o escolhido, depois que Oscar Curutchet, o nome de consenso até então, não aceitou assumir sem que o código disciplinar da Fifa, exigido por Mujica, fosse aprovado. Para garantir o acordo com o governo e manter o policiamento nos estádios, o código ainda precisará ser aprovado.