Léo revela noites de choro e só queria uma despedida: "fui marginalizado"
O lateral esquerdo Léo, maior ganhador de títulos do Santos após a Era Pelé, está indignado com a atual diretoria do clube. O ex-jogador alega que não teve o tratamento que merecia e revelou que se sentiu marginalizado após uma reunião de 15 minutos com os integrantes do Comitê Gestor, que decretou o fim de sua carreira há pouco mais de uma semana.
Por causa da maneira como deixou o clube que defendeu por quase dez anos, somando as duas passagens (de 2000 a 2005 e de 2010 a 2014), Léo confessou que passou diversas noites chorando, sem dormir. O lateral alega que não queria renovar o contrato, mas apenas realizar mais dois jogos com a camisa do Santos para ele que pudesse se despedir da torcida na Vila Belmiro.
“Não voltei a esse clube por dinheiro, e eu provei. Quero ver um Santos diferente. Eu aprendi desde quinta-feira, perdendo noites de sono, chorando muito, como não se deve tratar um jogador. Fui marginalizado por eles, por toda a história. Não sou santinho, não. Estou mais para lobo mau do que para qualquer outra coisa. Mas resumir a minha história a uma matéria no site dizendo “obrigado Léo”, não dá”, lamentou Léo.
“Eu queria fazer dois jogos decentes, não terminar contra o Mixto (em Cuiabá). O estádio todo gritando o meu nome eu senti: acabou aqui. Falei para alguns jogadores no banco que senti isso. Conversei com um gestor que estava lá, disse que tinha condições de ajudar, que se não pudesse ajudar tanto em campo, pois sei que não aguento os 90 minutos, uns 15, 20 minutos eu poderia render. Jogador tem prazo de validade e eu tenho o meu. Mas não me foi dada a oportunidade de nada. Não quiseram, é um direito deles, não estou questionando isso, mas o modo como fui tratado”, completou.
Léo frisou que a cúpula do presidente Odílio Rodrigues está em guerra com diversos ídolos do clube e, inclusive, citou os casos de Paulo Henrique Ganso, Elano, Giovanni, Neymar e Robinho, todos que estão em rota de colisão com a diretoria e já fizeram críticas em público a atual gestão do Santos.
O ex-lateral alega que o Comitê Gestor do Santos não é do ramo do futebol e deveria apreender com outros clubes grandes de São Paulo como deve se tratar um ídolo da torcida.
“Entrei na sala, me ofereceram meia dúzia de frutinhas, eu falei algumas palavras e eles me deram a decisão unânime. Tinham cinco gestores lá e daqueles cinco, nenhum entende nada, absolutamente nada de futebol. Eles não olham que o Palmeiras tem o Marcos, o São Paulo o Rogério Ceni, não conseguem enxergar. Está dando para entender o nojo que eu estou? De ouvir cada gestor falar uma historinha triste, doido para se ver livre de mim. É só lembrar a lista de ídolos que eles estão com problemas: Ganso, Neymar, Elano, Robinho, Giovanni...”, disse.
Léo promete voltar a trabalhar no Santos como dirigente e não esconde que apoiará duas chapas da oposição na eleição para presidente do clube em dezembro deste ano. “Sou sócio, vou votar de camisa e tudo, pois quero um Santos diferente.
“Vou começar a falar depois da Copa. Tem duas chapas que pretendo apoiar, as duas de Santos, nenhuma de São Paulo. De São Paulo não apoio ninguém. Quero trabalhar no departamento profissional de futebol, trabalhar com atletas e direção. Se eu puder participar (negociações), eu quero. Até isso eu quero analisar, jogador não tem que ficar no clube por dinheiro. Jogador tem que saber das responsabilidades do clube, não só em 'eventinho' social, ídolo não se faz em 'eventinho' social”, disparou.
Em quase dez anos, Léo defendeu o Santos em 455 jogos e figura na lista dos dez atletas que mais vezes vestiram a camisa do clube. Nesse período, o camisa 3 conquistou oito títulos. A última partida com a camisa alvinegra foi contra o Mixto, pela Copa do Brasil, na inauguração da Arena Pantanal, no dia 2 de março.
O UOL Esporte entrou em contato com o Santos, que informou por intermédio de sua assessoria de imprensa que não irá comentar o assunto.
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