Além da diretoria, Léo expõe desavença com Edu Dracena: "não é líder"

O lateral esquerdo Léo parece que não deixou o Santos magoado somente com a diretoria do clube, que dispensou o atleta após uma reunião de cerca de 15 minutos há duas semanas. O ex-camisa 3 da Vila Belmiro também expôs uma crise bastante comentada nos bastidores do clube nos últimos anos – uma possível desavença entre ele e o zagueiro e capitão santista, Edu Dracena.

Questionado se falta líder dentro do elenco santista em entrevista coletiva em seu apartamento na cidade de Santos na última sexta-feira, Léo fez questão de dizer que Dracena não é líder, mas depois preferiu não explicar o motivo de sua crítica ao experiente zagueiro.

“Não é líder (Edu Dracena). Não tenho que achar nada, não tenho nada para falar dele. Pessoas que falam que tem condições Arouca, Neto, Cícero, Thiago Ribeiro, que estão jogando. Hoje no Santos não se pode falar muito não. Não acho que ele é líder. Não tenho nada para falar dele”, cutucou Léo.

O UOL Esporte entrou em contato com a assessoria de imprensa do zagueiro Edu Dracena, que informou que o atleta não pretende comentar as declarações do antigo companheiro de equipe.

Léo prometeu a imprensa uma entrevista ainda mais polêmica após a Copa do Mundo. O ex-lateral promete apoiar chapas da oposição na eleição para presidente do Santos no final deste ano. Como é sócio do clube, o agora ex-jogador promete votar trajado com a camisa dos opositores. "Sou sócio, vou votar de camisa e tudo, pois quero um Santos diferente”.

Caso a oposição vença as eleições, Léo deverá iniciar a sua carreira de dirigente na Vila Belmiro, como gerente de futebol. O polêmico lateral já manda recado até para alguns jogadores, segundo ele, coniventes com os erros de administração da atual diretoria.

“Ninguém vai se expressar, né (elenco). Alguns acharam isso ridículo, outros não se expressaram e acham coniventes e acham bonitinho, hoje é agradável, mas agradável até dezembro. Dezembro vai ser muito desagradável, acontecendo o que teoricamente pode acontecer, vai perder todo o livre arbítrio que tem”, disse Léo.

O ex-jogador alega que não teve o tratamento que merecia em sua saída do Santos e revelou que se sentiu marginalizado pelos integrantes do Comitê Gestor. Por causa da maneira como deixou o clube que defendeu por quase dez anos, somando as duas passagens (de 2000 a 2005 e de 2010 a 2014), Léo confessou que passou diversas noites chorando, sem dormir. O lateral alega que não queria renovar o contrato, mas apenas realizar mais dois jogos com a camisa do Santos para ele que pudesse se despedir da torcida na Vila Belmiro.

Em quase dez anos, Léo defendeu o Santos em 455 jogos e figura na lista dos dez atletas que mais vezes vestiram a camisa do clube. Nesse período, o camisa 3 conquistou oito títulos. A última partida com a camisa alvinegra foi contra o Mixto, pela Copa do Brasil, na inauguração da Arena Pantanal, no dia 2 de março.