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Real Madrid, PSG e Nike envolvidos em fraudes fiscais, diz jornal

Esquema teria sido sado para pagar parte dos salários de Ronaldinho Gaúcho  - REUTERS/Jacky Naegelen
Esquema teria sido sado para pagar parte dos salários de Ronaldinho Gaúcho Imagem: REUTERS/Jacky Naegelen

Do UOL, em São Paulo

11/05/2014 15h23

Real Madrid, Paris Saint-Germain, uma emissora de televisão, comissões a empresários e a Nike apareceram num esquema para esconder pagamentos de salários a jogadores que levou a menos recolhimento de imposto. As revelações são do jornal O Estado de São Paulo que teve acesso a uma investigação da Justiça francesa que terminou com dois ex-presidentes do PSG e um executivo da Nike condenados. O trabalho comprovou fraudes fiscais e financeiras.

O atual secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, atuava em uma empresa investigada. Ele chegou a prestar depoimento, mas não sofreu qualquer tipo de acusação. O trabalho da Justiça francesa comprovou o não pagamento de impostos na negociação do francês Anelka e o argentino Tuzzio. Há suspeitas em transações envolvendo Ronaldinho Gaúcho, André Luiz, Raí e Valdo. Nenhum atleta foi identificado como participante do esquema e eles não foram indiciados.

De acordo com a reportagem, uma das manobras consistia em divulgar um valor acima da realidade pela aquisição de um jogador. O excedente correspondia a meses de salários do atleta e o clube deixava de recolher imposto. A investigação mostrou que este artifício foi usado na negociação do francês Anelka ocorrida entre PSG e Real Madrid.

Outra maneira de burlar o fisco era via Nike, patrocinadora do Paris Saint-Germain entre 1998 e 2005. De acordo com a Justiça francesa, a multinacional alegava pagamento de imagens para quitar parte da remuneração dos atletas. Os contratos eram sempre assinados em banco de paraísos fiscais e eram fictícios segundo depoimentos dos investigadores.

O brasileiro André Luiz admitiu que foi beneficiado por um destes contrato com a Nike que complementava o salário quando jogava pelo PSG. A Justiça francesa apurou que a multinacional era restituída por meio de multas contratuais como usar chuteira de outras marcas.

Nesta etapa entrava em ação a Sports Plus, uma filial do Canal Plus, grupo de mídia francês. Ela comprava direitos dos atletas e encaminhava o dinheiro para a Nike European Operations Netherlands. O diretor da Sports Plus era Jérôme Valcke, que não foi incluído na lista de acusados. O esquema teria sido usado para o pagamento de parte da remuneração de Ronaldinho Gaúcho.

A última maneira encontrada para enganar o fisco era dar parte do salário como comissão aos empresários que repassavam aos jogadores. Isto aconteceu com a transferência do argentino Sorín para o PSG. Há suspeitas nos negócios envolvendo Raí, Ricardo Gomes e Valdo.

O jornal O Estado de São Paulo procurou o PSG que informou não tratar de questões administrativas passadas. A Nike alegou que foi absolvida e afirmou que as relações da empresa com o clube francês nunca foram fraudulentas. A Fifa não comentou o caso apesar de ter como número dois um executivo investigado pela Justiça francesa.