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Osmar de Oliveira é enterrado durante derrota do Brasil, em São Paulo

Vagner Magalhães

Do UOL, em São Paulo

12/07/2014 19h31

O comentarista Osmar de Oliveira, 71, foi enterrado na tarde deste sábado, durante a partida em que a Holanda venceu o Brasil por 3 a 0, na disputa do terceiro lugar da Copa do Mundo. Osmar faria parte da equipe da Band para a cobertura da Copa, mas teve de se ausentar por conta do seu estado de saúde. Ele morreu na noite de sexta-feira no hospital AC Camargo, local em que se recuperava de uma cirurgia para a retirada de um tumor na próstata. Osmar, que também era médico, possuía ainda problemas pulmonares.

Durante o velório, alguns amigos que ele fez durante a carreira esportiva compareceram à Assembleia Legislativa para se despedir dele. Por conta do jogo da seleção brasileira no horário do enterro, muitos de seus colegas de trabalho não puderam comparecer ao cemitério São Paulo, local em que seu corpo foi enterrado a partir das 17h. Boa parte deles estava escalada para trabalhar durante o jogo. A cerimônia foi restrita aos familiares e amigos.
 
Durante o breve ato religioso durante o velório, o padre Fábio de Melo brincou com a situação. "Um homem que amou o futebol como ele, partiu um dia antes da final da Copa do Mundo". O padre previu a chegada de Oliveira ao céu. "Camarote melhor do que esse não existe".
 
Entre os amigos, o sentimento de perda foi onipresente. "Fica a lembrança de um profissional sério, correto, profundamente humano. Um médico excelente. Sempre esteve no nossa maior consideração. Tanto é que cuidava dos meus filhos quando quebrava braço, inchava tornozelo. Um homem de um espírito elevado e caráter forte. Perdemos mais do que um amigo. Perdemos um excelente jornalista, uma figura humana. Um homem do esporte", disse o também comentarista Dalmo Pessoa.
 
O ex-lateral direito do Corinthians e da Seleção Brasileira, Zé Maria, disse ter perdido um grande amigo, que, inclusive, ajudou na primeira cirurgia que ele sofreu no joelho.
 
"A gente perde um grande amigo, uma referência dentro do trabalho da medicina esportiva. Ele respeitava todo mundo. Vim aqui a agradecer tudo o que ele fez por mim. Eu peguei o Osmar administrando o processo médico dentro do Corinthians. Tive uma cirurgia bastante complicada no joelho e ele participou. Ele me deu conselhos tanto na vida profissional como na vida pessoal".
 
Para o ex-narrador  Fernando Solera, a crítica perde parte de seu argumento com a morte de Osmar de Oliveira. "Gostava muito dos argumentos dele. Narrando, me deixou alguns momentos de raríssima emoção. Ele conseguia fundir nas narrações esportivas a sua condição de médico. Sem precisar fazer alarde. Até algumas coisas aprendi com ele".
 
A ex-jogadora de basquete Hortência Marcari disse que ele era mais um ombro amigo do que propriamente um médico. "Além de tudo era corintiano. Ele sempre foi muito coerente, muito bacana".